1.2.07

KATA: SIM OU SIM E PORQUÊ? (2)

Para poder escrever este pequeno resumo da história de kendo-no-kata socorri-me do excelente artigo “A Brief Synopsis of The History Of Modern Kendo” da autoria do Dr. Alex Bennett que, desde já, recomendo vivamente.

No princípio do século XX, numa tentativa de unificar (e popularizar e manter sob controle durante a sua disseminação) as variadissimas tradições e escolas de kenjutsu, o Dai Nippon Butokukai, à época a instituição estatal que geria os destinos das artes marciais japonesas, decidiu desenvolver uma série de kata que podessem ser praticados por todos, independentemente dos seus antecedentes marciais.

Em 1906, o primeiro comité encarregado da tarefa, dirigido por Watanabe Noboru, apresentou o resultado dos seus esforços sob a forma de 3 kata: Jodan (ten=céu), Chudan (chi=terra) e Gedan (jin=humano).

No entanto, devido à grande oposição surgida face a esta série de kata, a mesma acabou por ser posta de lado sem nunca chegar a ter a circulação e a disseminação nacional para que fora desenvolvida.

O problema agravou-se quando, em 1911, o governo decidiu que o kenjutsu deveria ser incluído como parte integrante no currículo de educação física das escolas japonesas.

Mais uma vez, o Butokukai ficou encarregado de criar e desenvolver uma série de kata que tornasse possível uma disseminação efectiva e unificada.
Neste segundo comité, os 5 mestres de kenjutsu, conhecedores de vários ryuha e responsáveis pelo trabalho, foram Negishi Shingoro, Tsuji Shimpei, Monna Tadashi, Naito Takaharu e Takano Sasaburo.

Em 1912 apresentaram os Dai Nippon Teikoku Kendo Kata (Kendo Kata do Grande Japão Imperial) que consistiam em 7 kata de tachi contra tachi e 3 kata de tachi contra kodachi.
Inúmeras mudanças e emendas da versão original foram feitas ao longo dos anos que se seguiram mas, na sua essência, esses 10 kata ainda hoje constituem o que os adeptos modernos praticam e a que chamam Nihon Kendo Kata ou kendo-no-kata.

No próximo post, depois desta pequena introdução histórica, vamos finalmente “apresentar o caso” e tentar demonstrar, tanto quanto possível, porque é que kendo kata é, senão essencial, pelo menos deveras importante para qualquer kendoka que se preze dessa denominação.

2 comentários:

Kenshin disse...

Bem após a criação de variadissimos comités lá se conseguiu a coisa,continua com o bom trabalho,esta história das katas é bem interessante,venha o próximo post.

Usagi-san disse...

O próximo está para breve.
Como dizia um amigo meu sempre que lhe perguntavam: "O trabalho já está feito???" ele respondia com um ar compenetrado: "está na calha".