ou
Porque “mete nojo” o meu tai-atari
ou
Um passeio no parque, mas-um-tudo-nada-cansativozinho-embora-pouco-ou-se-calhar-não.
Não haja dúvidas: o estágio anual organizado pelo sensei Taro Ariga tornou-se num evento nacional. Kendokas de todo o país, e alguns mesmo até de Espanha, acorreram ao Pavilhão do Casal Vistoso em Lisboa para participar na 5ª edição do evento.
Este ano, Ariga sensei convidou Saigo Atari, 7º dan e pertencente ao famoso Keishicho (núcleo de kendo da polícia de Tóquio criado durante a Era Meiji), para liderar os praticantes portugueses durante os dois dias de treino.
Acerca da intensidade e exigência física do estágio muitas, e muito diferentes, foram as opiniões ouvidas no último dia do mesmo. Desde pessoas que se confessavam completamente derreadas, até àquele que se “queixava” que o estágio tinha sido como “um passeio no parque”, houve lugar para tudo.
Unânime, parece-me, foi o reconhecimento da competência e das qualidades do condutor do estágio, Atari sensei.
O que de mais interessante me aconteceu neste estágio, no entanto, teve a ver com uma observação feita pelo sensei António Gutierrez, D. António pros amigos.
Durante o treino de tai-atari e hiki-waza, e depois de me ter observado a executar men tai-atari hiki-men, dizia-me ele que o meu tai-atari (por outras palavras, claro) era uma desgraça.
Pois a verdade é que bastou-me pensar meio segundo para perceber que ele estava completamente correcto. O meu tai-atari mete nojo! E mete nojo porquê, pensei eu? Bom, assim de repente, por um motivo:
É que, na verdade, quando faço, por exemplo, men tai-atari men, não faço tai-atari(!).
Eu explico, na “ganância” de começar hiki-men, a maior parte das vezes nem chego a chocar convenientemente com o adversário, pois antes mesmo do choque acontecer já estou a travar e a preparar o hiki-men.
Conclusão, o hiki-men até pode resultar mas não foi criado a partir de um bom tai-atari. Kendo estranho este que eu ando a fazer.
Para mais ainda, este é um problema que os principiantes encontram quando começam a aprender tai-atari.
Ora então estou a regredir, é isso? Tenho de tomar atenção a este assunto, entre outros.
Enfim, não é nada de muito grave pois, na minha opinião, é também para isso que servem estes eventos: para ajudar a criar/modificar a nossa consciência acerca do kendo que fazemos em relação ao kendo dos outros; para pôr as coisas em perspectiva... e se o conseguem então estes encontros têm sempre alguma coisa de bom.
De bom? Direi mesmo mais: de muito bom! Muito bom!
Porque “mete nojo” o meu tai-atari
ou
Um passeio no parque, mas-um-tudo-nada-cansativozinho-embora-pouco-ou-se-calhar-não.
Não haja dúvidas: o estágio anual organizado pelo sensei Taro Ariga tornou-se num evento nacional. Kendokas de todo o país, e alguns mesmo até de Espanha, acorreram ao Pavilhão do Casal Vistoso em Lisboa para participar na 5ª edição do evento.
Este ano, Ariga sensei convidou Saigo Atari, 7º dan e pertencente ao famoso Keishicho (núcleo de kendo da polícia de Tóquio criado durante a Era Meiji), para liderar os praticantes portugueses durante os dois dias de treino.
Acerca da intensidade e exigência física do estágio muitas, e muito diferentes, foram as opiniões ouvidas no último dia do mesmo. Desde pessoas que se confessavam completamente derreadas, até àquele que se “queixava” que o estágio tinha sido como “um passeio no parque”, houve lugar para tudo.
Unânime, parece-me, foi o reconhecimento da competência e das qualidades do condutor do estágio, Atari sensei.
O que de mais interessante me aconteceu neste estágio, no entanto, teve a ver com uma observação feita pelo sensei António Gutierrez, D. António pros amigos.
Durante o treino de tai-atari e hiki-waza, e depois de me ter observado a executar men tai-atari hiki-men, dizia-me ele que o meu tai-atari (por outras palavras, claro) era uma desgraça.
Pois a verdade é que bastou-me pensar meio segundo para perceber que ele estava completamente correcto. O meu tai-atari mete nojo! E mete nojo porquê, pensei eu? Bom, assim de repente, por um motivo:
É que, na verdade, quando faço, por exemplo, men tai-atari men, não faço tai-atari(!).
Eu explico, na “ganância” de começar hiki-men, a maior parte das vezes nem chego a chocar convenientemente com o adversário, pois antes mesmo do choque acontecer já estou a travar e a preparar o hiki-men.
Conclusão, o hiki-men até pode resultar mas não foi criado a partir de um bom tai-atari. Kendo estranho este que eu ando a fazer.
Para mais ainda, este é um problema que os principiantes encontram quando começam a aprender tai-atari.
Ora então estou a regredir, é isso? Tenho de tomar atenção a este assunto, entre outros.
Enfim, não é nada de muito grave pois, na minha opinião, é também para isso que servem estes eventos: para ajudar a criar/modificar a nossa consciência acerca do kendo que fazemos em relação ao kendo dos outros; para pôr as coisas em perspectiva... e se o conseguem então estes encontros têm sempre alguma coisa de bom.
De bom? Direi mesmo mais: de muito bom! Muito bom!
1 comentário:
Como noviço que sou, comecei por ficar antusiasmado antes do estágio. Quando lá cheguei fiquei apreensivo questionando-me sobre a boa figura que iria lá fazer. No decorrer da manhã já tinha novamente voltado ao meu estado de entusiasmado e totalmente disposto a absorver qualquer informação que podesse melhorar o meu Kendo. O "muito bom" com o sotaque japonês ficou gravado na minha memória, resumindo perfeitamente este estágio. Aguardo pelo próximo. Nelson
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