29.3.04

OK, AFINAL É O SEGUNDO.

Eu sei, eu sei. Eu até participei no primeiro, ainda no antigo dojo, mas este é o primeiro de uma nova era.
É o primeiro com intenções, digamos assim. Intenções de aprender e de preparar, quem sabe para o ano que vem, uma coisa mais séria, quiçá internacional. Um verdadeiro OPEN de Lisboa.
É torcer para que tudo corra bem e participar.
Eu, por mim, e apesar do estado lastimoso em que se encontra o meu ombro direito, tenciono ir dar o meu contributo e, quem sabe, umas pazadas valentes.

OK, IT'S THE SECOND ONE, AFTER ALL.
I know I know. I was in the first one, held in the old dojo, but, see, this is the first one of a new era.
It is the first one done with an intention, so to speak. An intention of learning and preparing, who knows, maybe next year, something a bit more serious, even international . A real Lisbon OPEN.
Now, it's about entering the contest and hoping for the best.
Me, even with my right shoulder killing me everyday, I intend to be there and give my best and, who knows, maybe beat the crap out of someone.

25.3.04

TORNEIO DE KENDO DE LISBOA II

Para saber hora e local, e-mail(em) para pcoelho@esoterica.pt.

LISBON KENDO TOURNAMENT II
To know both the time and place, e-mail to pcoelho@esoterica.pt.

DOMINGO 4 - TORNEIO DE KENDO DE LISBOA

Notícias, meus amigos e que GRANDES notícias. Dia 4 de Abril, domingo, realizar-se-á o 1º Torneio de Kendo de Lisboa. Todo o mundo está convidado para o que promete ser a maior sessão de paulada de que há memória em território nacional.
Desde as invasões francesas que não se vê nada assim.
Yyaaahh.

SUNDAY, APRIL 4TH.
I've got news my friends, and WHAT news. Next April 4th, the first Lisbon Kendo Tournament will take place. Everybody is invited for the ocasion, and it will be for sure the greatest beating session ever in national territory.
You haven't seen anything like that since the french invasions.
Yyaaahh.

24.3.04

GRANDE PROMOÇÃO DE PRIMAVERA

Promovido pela companhia de eventos Cenoura de Cristal, Inc. damos hoje orgulhosamente início à nossa Grande Promoção de Primavera Kendo 2004. Para participar basta enviar uma mensagem (pcoelho@esoterica.pt) a dizer algo bom ou mau ou antes pelo contrário, acerca do blog Usagi San e receberá imediatamente uma resposta.
Aproveite e participe hoje mesmo. É grátis e o futuro deste blog depende de si... e repare que não estou a pedir dinheiro com está muito em voga na internet.

BIG SPRING PROMOTION
Promoted by the Crystal Carrot, Inc. event company we proudly start our Big Spring Promotion of Kendo 2004. To participate all you have to do is send a message (pcoelho@esoterica.pt) about what you like or dislike or whatever, about Usagi San's blog and you'll win and receive imediately an answer.
Go for it. Enter today. It's free and the future of this blog depends on you... and notice that I'm not asking for money just like everybody else is doing in the internet these days.

A ESCOLA DA PACIÊNCIA - revista e actualizada

Consegui desenterrar um artigo que escrevi, já lá vão uns tempos, para a revista do Diário Económico. Estava, imagine-se, no site da AMK de Brasília. Depois de umas pequenas revisões, nomeadamente uns disparates enormes referentes ao Bushido, ei-lo aqui. Intitula-se, tal como o original, Kendo - a escola da paciência.


Encaminham-se lentamente um para o outro. Saúdam-se com a reverência de quem se vai matar. Durante uns intermináveis momentos apenas as pontas dos shinais se movem, entrelaçando-se na busca da distância e do eixo central, indispensáveis para o sucesso. Para um leigo os dois kendokas permanecem estáticos, mas na verdade eles atacam a cada instante.

KENDO, A ESCOLA DA PACIÊNCIA

Data do ano 400 da era cristã a primeira referência ao uso do bokken como utensílio de treino entre os guerreiros japoneses. O bokken (bo - madeira; ken - espada) tentava reproduzir o mais fielmente possível o formato, tamanho e peso de uma espada real e a sua utilização subsistiu até aos nossos dias, onde a sua presença se manifesta nas mais variadas artes marciais japonesas, incluindo certas partes do treino de kendo.

Entre o fim do período Nara (710-784) e o princípio do período Muromachi (1336-1568), o desenvolvimento das técnicas de Kenjutsu (uso da espada) é muito lento. E é precisamente neste último período que se dá a implementação da classe samurai. Assim, não é de estranhar que se assista ao renascimento da popularidade do kenjutsu, com a abertura das primeiras escolas de esgrima, apelidadas de dojos. Cada dojo era, em regra, dirigido por um mestre de esgrima excepcionalmente forte, o qual se encarregava do ensino do kenjutsu aos jovens bushi, ou guerreiros.

À medida que desenvolviam as suas técnicas de combate e elas provavam ser factores essenciais de sobrevivência em combate real, quer em duelo quer em batalha, cada um desses mestres tornava-se famoso pelo seu estilo próprio de combater, estilo que não raramente passava a usar o seu nome. Nagahide Chujo, por exemplo, criou o Chujo-ryu (ryu - escola) por volta de 1380.

Mas é só nos fins do sec. XVII princípios do sec. XVIII que começam a surgir preocupações por parte de alguns grandes mestres de kenjutsu sobre a qualidade das protecções até então utilizadas pelos praticantes. Zesuiken lba, Kanshin Teranishi e Tadaaki Ono foram alguns dos que, assustados com a quantidade de mortos e feridos nos dojos, protagonizaram as primeiras tentativas de criar protecções individuais mais eficazes para os alunos.

No entanto, é a Chuta Nakanishi (por volta de 1750), fundador da escola Nakanishi Itto-ryu, que se devem as contribuições mais significativas para o desenvolvimento do que é actualmente o equipamento do kendoka moderno.

Durante os seus tempos de estudante de kenjutsu na escola de Chuichi Ono IV, Chuta era considerado muito melhor esgrimista do que o seu mestre. O respeito que nutria pelo professor levou-o a sair do dojo de Ono e a abrir a sua própria escola. Apesar de descontente com o novo tipo de espada feita de canas, inventada pelo seu professor, Chuta cedo se apercebeu das inúmeras vantagens que a mesma apresentava face ao bokken. Assim, decidiu-se a melhorar tanto o design como a utilização da dita espada construída com canas. Primeiro criou os kote, as luvas protectoras, depois redesenhou totalmente a espada de canas. Em vez das dezasseis ou trinta e duas finíssimas ripas de bambu envolvidas por uma cobertura de pele, Chuta Nakanishi optou por fazer a sua nova espada com apenas quatro ripas de bambu. Quatro peças seleccionadas, mais largas, mais bem equilibradas e muito polidas, que se encaixavam umas nas outras e que, atadas com uma tira de cabedal, formavam uma estranha espada cilíndrica. Nascera o shinai.

Entre 1765 e 1770 Nakanishi continuou a desenvolver o equipamento de protecção do praticante de kenjutsu. Primeiro o do, ou protector do peito, e depois o tare, o protector do baixo ventre. Por volta de 1780 o men, a máscara protectora da cabeça, já se encontrava em utilização em inúmeros dojos, conjuntamente com todos os outros protectores atrás mencionados. É também por esta altura, aliás, que os praticantes deste tipo de kenjutsu começam a chamar esta forma diferente de estar e de treinar com outro nome. É assim que cada vez mais se começa a ouvir falar de kendo, literalmente, "a via da espada".

Completamente libertos do perigo durante a prática, os jovens samurais podiam agora treinar todos os golpes de uma maneira realista. Em 1871, o Ministério da Educação Japonês criou uma regulamentação que tomou obrigatória a prática do kendo em todas as escolas públicas e privadas do Japão. Apenas um ano depois, em 1872, ocorre na sociedade japonesa um acontecimento que iria dar ao kendo a oportunidade que lhe faltava para se instalar definitivamente como a arte marcial da espada por excelência: um decreto imperial dissolve a classe samurai e impede os seus antigos membros de usar a espada em público.

Se num primeiro momento, as artes marciais vão ser entendidas como algo de desnecessário face à crescente sede de ocidentalização da sociedade japonesa, por outro, há já muitos séculos que o espírito do Budo (a prática das artes marciais) se tomara uma parte integrante da mesma.

Desmarcializado, digamos assim, transformado num desporto cuja prática não oferece qualquer perigo, o kendo toma-se no herdeiro directo da tradição de combate com espada japonesa.

Hoje o kendo ‚ um desporto de combate que conta com mais de oito milhões de praticantes, só no Japão, e que se encontra solidamente implantado um pouco por todo o mundo, com especial destaque para os Estados Unidos da América, o Brasil e a Coreia.

O que faz com que o kendo seja um tamanho sucesso? Já ninguém anda de espada à cintura e, para mais, as características deste desporto de combate não são com certeza ideais para quem busca uma disciplina que o ajude em caso de auto-defesa. É um facto. Se o que espera é algo que o ajude a vencer três assaltantes com uma só mão, enquanto com a outra continua a segurar um gelado de baunilha, então esqueça.

O primeiro choque para quem começa a praticar kendo prende-se com o pequeno número de técnicas utilizadas pelos praticantes. Comparando o kendo com uma linguagem, dir-se-ia que o vocabulário do kendo é composto por meia dúzia de palavras; assim, por exemplo, a quantidade de ataques que o kendoka utiliza são basicamente três: men, do e kote, que é como quem diz: ataque à cabeça, ao tronco e ao pulso.

Desiludam-se, no entanto e desde já, aqueles que pensam que se trata de uma arte marcial pouco elaborada. Pelo contrário. Sob esse aspecto de simplicidade esconde-se uma actividade de grande beleza formal, uma busca de perfeição estética dia após dia, mês após mês, ano após ano e onde a repetição exaustiva das técnicas base é parte integrante e indispensável do treino.

"É preciso fazer um kendo mais bem feito, mais bonito." aconselha diariamente o mestre M. Osaka aos seus alunos.

Sem exagerar muito, pode-se dizer que o treino realizado por um conjunto de mestres e o treino de um grupo de principiantes é, na sua base, o mesmo. O resultado visual, no entanto, é completamente diferente.

Durante a prática diária de combate, ou mesmo em competição, noutras artes marciais japonesas tradicionais, como o karate ou o judo, é normal que a eficácia se sobreponha à execução técnica dos movimentos. O que importa é acertar no adversário e muitas vezes isso por si só é suficiente para se ganhar um combate. No combate de kendo as coisas não são tão simples. É preciso acertar sim, mas com uma postura e uma atitude perfeitas. É preciso que aos olhos do árbitro a técnica executada "possua" ki-ken-tai no ichi, por outras palavras, é imperativo que o espírito (ki), a espada (ken) e o corpo (tai) estejam unidos num só (ichi).

Mais do que fazer rapidamente, é preciso fazer bem, mesmo que se faça mais devagar. Perante semelhante raciocínio só nos apetece perguntar outra vez: "Mas afinal qual é a importância do kendo? Para que serve tamanho anacronismo?" A resposta é bem mais simples que a pergunta: Para se ser melhor. Para, ao aprofundar a dimensão simbólica do confronto, daí retirar lições para a vida do dia-a-dia. Se, no princípio, tudo se resumia a "Um gesto, uma vida.", hoje, ganhar ou perder continua a ser muito importante, mas ninguém deve ficar satisfeito consigo próprio só porque ganhou um combate. Mais importante, sim, é tentar corrigir pacientemente as insuficiências e apostar constantemente na formação de um "eu" que seja, ao mesmo tempo, física, intelectual e socialmente melhor.

E é tudo isso, com certeza, que faz com que o kendo seja provavelmente dos poucos desportos de combate onde não é raro ver um praticante de sessenta anos de idade vencer um outro de trinta. Qual o segredo do sucesso do ancião? Digamos que uns trinta anos de paciência a mais do que o jovem.

Revista Demais - Diário Econômico
27.Janeiro.2001

SORRY, NO ENGLISH TRANSLATION.

LIVRO INDISPENSÁVEL

Não é assim grande hábito meu aconselhar o que quer que seja relativamente ao kendo e à sua subsequente prática, no entanto, gostava de abrir uma pequena excepção. E essa excepção intitula-se:
Kendo Kata: Essence and Application.
Da autoria de INOUE Yoshihiko, Hanshi 8th dan, traduzido (para inglês) por Alex BENNETT e com fotos de IKEDA Emiko, Kendo Kata: Essence and Application, é um livro fabuloso.
Tudo, repito TUDO, o que qualquer kendoka sério pretenda saber sobre os katas de kendo está lá. É óbvio que a posse do livro não dispensa da prática de kata. Antes pelo contrário, incentiva e ajuda a descobrir a face menos conhecida desta nossa fantástica actividade chamada kendo.

INDISPENSABLE BOOK
It's not a habit of mine counselling people about matters related to kendo and it's practice, however, I'd like to make an exception. And that exception is called:
Kendo Kata: Essence and Application.
Written by INOUE Yoshihiko, Hanshi 8th dan, translated (to english) by Alex BENNETT with photos by IKEDA Emiko, Kendo Kata: Essence and Application, it's a trully fabulous book.
Everything, and I mean EVERYTHING, any serious kendoka needs to know about kendo kata is there. Of course owning this book does not means you won't need to practice kata. On the contrary, it incentivates and helps uncovering the less know aspect of this activity we all love called kendo.


22.3.04

POIS ESTE ANO NÃO HÁ CAMPEONATO CÁ PRÓ RAPAZ.

A vida tem destas coisas. Depois de 5 semanas em Londres (cheias de despesas tramadas, diga-se de passagem) é óbvio que o dinheirinho não estica. Assim, este ano não há Campeonato da Europa cá pró rapaz. Além disso, o meu ombro direito não anda "grande espingarda", como se diz no Algarve. O que provoca outro problema, uma vez que não tenho papel para ir tratá-lo com o sensei ao consultório de acumpunctura (para quem não sabe, o Shinkyu Osaka fica na rua da Esperança, nº9, 1º esq, em Lisboa, tel.:21 397 05 04).
Enfim, de qualquer maneira, depois destas 5 semanas sem treinar, há muito tempo que não me sentia TÃO FORA DE FORMA.
Que se lixe, para o ano há mais. Na Suiça, segundo consta.

THIs YEAR, THERE'S NO EUROPEAN CHAMPIONSHIPS FOR ME.
Well, that's life I guess. After 5 weeks in London (damn expensive ones, by he way) it's become more than obvious that money does not stretches itself. So, this year, there's gonna be no European Championships for me. Besides, my right shoulder is not working that well, so... and that creates another problem, because, right now I don't have any funds to treat it with some acumpuncture sessions with sensei Osaka (oh, by the way, the Shinkyu Osaka is in rua da Esperança, 9, 1st floor left, in Lisbon, tel.: 00 351 21 397 05 04).
Anyway after 5 weeks without praticing, it's been a long time since I felt so OUT OF SHAPE.
Screw it. Next year it's in Switzerland, I heard.

8.3.04

5 semanas e um documentário de kendo mais tarde...

Pois é meus amigos, é bom voltar a Portugal depois de 5 semanas a gramar com os "cámones" em Londres. 5 semanas sem kendo... bem, nem tanto... foram 5 semanas de workshop na New York Film Academy na capital cámona e, se por um lado, não havia nem tempo, desculpem o brasileirismo, para coçar o saco, por outro outro lado, o próprio curso serviu de desculpa para fazer um (pequeno, 4 minutos ou coisa que o valha) documentário sobre kendo. Se tudo correr como previsto, o dito cujo estará brevemente disponível no site do Wakaba Kendo Club (http://www.wakabakendo.org/) e, claro, no site da APK. Contem com uns consideráveis 30 megas, coisa assim.
Tanta coisa pra dizer que não pratiquei kendo nenhum, mas, verdade seja dita, não houve um só dia em que não estivesse a pensar, a filmar, a montar (editar, é mais correcto) ou a sonorizar material relativo à nossa paixão marcial.
LONG LIVE KENDO... como se diz em terras de Sua Magestade.

5 weeks and a kendo documentary later...
English translation soon here.