10.5.04

MUSASHI, QUAL MUSASHI?

Como é normal acontecer quando se fala de um personagem tão singular, também com Miyamoto Musashi (M.M.) é caso para dizer que os factos históricos se misturam com a lenda existente à volta do mesmo.
Neste caso, porém, há um "pequeno pormenor" que ajuda ainda mais a criar confusão e a tornar ainda mais difusa a verdadeira imagem (ou pelo menos, impede a obtenção uma imagem mais concreta) daquele que é o mais conhecido samurai japonês de sempre. Esse "pequeno pormenor" é um ROMANCE (atenção à palavra: ROMANCE) com, na edição que possuo, cerca de 1400 páginas, intitulado precisamente Musashi e que é da autoria do escritor Eiji Yoshikawa.
E é de tal forma importante que os historiadores que se debruçaram sobre a vida de M.M. não hesitam em declarar que existem dois M.M., sendo um deles, o do ROMANCE, designado correntemente como Yoshikawa Musashi por oposição ao verdadeiro.
Muitas são as "inverdades" que o ROMANCE, e pior ainda, os três filmes que foram feitos a partir do mesmo, veiculam. Por exemplo, a frase: "M.M. era orfão, foi criado por um tio e era um auto-didacta das artes marciais." tem muito que se lhe diga. M.M. não era um infeliz sem família, que subiu sozinho na vida, como muitos gostam de pensar. Pelo contrário.
Hoje sabe-se muito bem quem era o seu pai. O seu nome era Miyamoto Munisaï, mestre na arte do sabre japonês e conhecedor profundo de outras disciplinas, tais como o jûjutsu e o sojutsu, a arte do combate com lança... mas vamos ainda mais longe, o seu avô Hirata Shôkan, por exemplo, fundou mesmo uma escola de sabre, a Tôri-ryû.

Curioso? Então não perca os próximos capítulos onde se falará do nito-ryû e de como M.M. não inventou o uso das duas espadas em combate, mas apenas o sistematizou.

E sabia que tudo leva a crer que M.M. era canhoto? E daí? Veremos.

1 comentário:

Anónimo disse...

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