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O neto, discípulo do seu avô.
Ainda bebé, Kei leva o seu filho para o dojo e, tal como fazia antes de dar à luz, passa horas a assistir aos treinos, afim de impregnar a criança com a atmosfera dos treinos e do o habituar ao ruído dos shinais. Assim que começa a andar, o seu avõ fabrica-lhe um bokkuto feito de madeira leve. Com uma enorme paciência tenta ensinar ao neto os katas da escola Onoha-Itto-ryu. Quando cresceu um bocadinho mais, o avô conseguiu condicioná-lo com bolos. Se o neto lhe pede: “Avô, dá-me um bolo.” O avô responde: “Então, faz um treino de kata.” A criança acaba por compreender que, se disser ao seu avõ: “Dê-me uma lição de kata”, ganhará um bolo. Assim, ele começa a pedir lições de kata várias vezes no mesmo dia.
Em 1886, quando S. Takano tem quatro anos, o Senhor Matsudaîra Tadanobu chega a Chichibu para uma inspecção. Nessa ocasião, um torneio de kenjutsu é organizado no templo de Chichibu. Diante do Senhor, Mitsumasa executa com o seu neto o kata da escola Onoha-Itto-ryu, composto por 56 técnicas diferentes. O pequeno Sazaburo desempenha bem a sua missão de parceiro e recebe um prémio e um elogio do Senhor. Excusado será dizer que a alegria de do seu avô é imensa. Mas Matsumasa não se limita a mimar o seu neto, para fazer dele o seu sucessor, impõe-lhe um treino excepcional. Na tradição do sabre diz-se que: “Aquele que se treina no dojo e habita na casa (do dojo) poderá dificilmente atingir o nível de morukoru.” O nível de morukoru é o que precede o nível de menkyo, no qual o perito está habilitado a transmitir os conhecimentos da escola no seu conjunto. Essa frase significa que se não se entra numa escola como aluno interno, não se poderá avançar muito na via. Com efeito, nas artes tradicionais japonesas existe uma distinção entre “uchideshi” (aluno residente) e “sotodeshi” (aluno externo). Um aluno residente deve viver na família do mestre e trabalhar como um empregado. Ele deve captar o conjunto da arte do mestre fora do treino habitual do dojo. O essencial do conhecimento de cada escola é comunicado como um líquido que se recebe gota a gota, de maneira contínua, em vez de beber de tempos a tempos grandes copos cheios. Considerava-se a experiência de uchideshi indispensável a essa infiltração de um saber que é, ao mesmo tempo, uma arte de viver. É assim que, na casa de Mitsumasa Takano vivem vários uchideshi que sofrem provas e treinos muito mais duros do que os alunos externos, que vivem com as suas famílias.
Mitsumasa impõe ao seu neto provas ainda mais duras.
THE ESTABLISHMENT OF KENDO: SAZABURO TAKANO’S YOUTH (V)
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The grandson, a disciple of his grandfather.
While he was still a baby, Kei used to take her son to the dojo and, just like she did before when she was pregnant, spent hours watching the training, so that the child felt integrated in the atmosphere and used to the noise of the shinai. As soon as he starts walking, his grand father makes him a bokkuto out of light wood. With great patience, he tries to teach his grandson the katas from the Onoha-Itto-ryu school. A few years later, the grandfather managed to control him with cakes. If the child asks him: “Grandfather, give a cake.” The grandfather answers: “Only if you do one kata training for me.” The child finally realizes that, if he asks his grandfather: “Give one kata lesson.”, we would get a cake. So, he starts to ask kata lessons several times in the same day.
In 1886, S. Takano was four. Lord Matsudaîra Tadanobu arrives at Chichibu for an inspection. For the occasion, a kenjutsu tournament is organized in Chichibu’s temple. In front of the Lord, Mitsumasa executes along with grandson the Onoha-Itto-ryu school kata, composed by 56 different techniques. Young Sazaburo plays his role as partner so well that he receives an award and a compliment from the Lord. Needless to say, the joy of his grandfather is immense. But Matsumasa doesn’t spoil his grandson, on the contrary, in order to make him his successor, he imposes him an exceptional amount of training. In the sword tradition there’s a saying: “It will be very difficult for the one who trains in the dojo and lives in the house to achieve the morukoru level.” The morukoru level is the one that precedes menkyo, with which the expert is abble to transmit the school’s knowledge in it’s whole. That phrase means that if one does not enter a sword school as a resident student, there’s not a lot one can do to improve in the Way. As a matter of fact, in the japanese traditional arts there’s this distinction between “uchideshi” (resident student) and “sotodeshi” (nonresident student). A resident student must live within the master’s family and work there as an employee. He must be abble to grab the whole of his master’s art outside of the usual dojo training. The essential knowledge of each school his passed like a liquid one receives drop by drop, in a continuous way, instead of drinking big glasses of it once every other time. The experience of uchideshi was, therefore considered as indispensable to that infiltration of knowledge, which is, at the same time, an art of living. That’s why various uchideshi lived in Matsumasa’s house, and they had to face harder tasks and training then the order students, those who lived in their family’s houses.
Mitsumasa imposes his grandson even harder tasks.
9.2.05
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