Depois de termos falado sobre Sazaburo Takano, vamos agora conhecer só um episódio da vida do homem que seria o seu rival de uma vida inteira: Takaharu Naîto.
É nessa época que aquele que será toda a vida o seu rival na via do sabre passa a ocupar um lugar no espírito de S. Takano.
O dojo Takano faz parte da corrente Nakanishi da escola Itto-ryu e tem por “concorrente” o dojo Henmi, situado a 12 km de Chichibu. Esse dojo é o centro da escola Kôgen-itto-ryu que, com os seus 8 outros dojos, conta cerca de 3000 alunos. Numerosos adeptos, alguns provenientes de outras províncias, frequentam-no atraídos pela sua reputação. O mestre principal é o sexto sucessor, Aîsaku Henmi. S. Takano ouve contar um acontecimento que acaba de produzir no dojo Henmi. Alguns dias antes, A. Henmi recebera um jovem adepto “musha-shugyo” que solicitara um treino. Foi recebido segundo os costumes do dojo. Ainda mal acabara de saudar o mestre, vestiu a sua armadura e colocou-se no centro do dojo. Todos os alunos do dojo lhe fizeram face, sucessivamente, em conbate livre (ji-geiko). A boa educação para com um praticante “musha-shugyo” é de o confrontar com um treino de tal forma vigoroso que só consiga sair “de gatas” do dojo. Assim, a honra do dojo é defendida e o adepto pode beneficiar do contributo do dojo que visita (N.Tr.: a palavra ideal seria “desafia”). Eis porque as viagens em “musha-shugyo” requerem uma grande capacidade física e grande determinação.
Geralmente, ao fim de 3 ou 4 horas o adepto, recebido de semelhante maneira, anuncia que atingiu o seu limite e cai por terra. Esse jovem perito, no entanto, continuara durante 7 horas, sem retirar a armadura. Todos os praticantes do dojo Henmi estavam convencidos que o fariam sucumbir como era hábito e a sua atitude transforma-se em respeito para com aquele excepcional jovem adepto.
Depois de sete horas de desempenho incrível, esse jovem come com apetite a refeição oferecida pelo dojo. Antes de partir, ajuda nos trabalhos da casa como forma de agradecimento pelo acolhimento. A sua força não se tinha esgotado depois da proeza.
Esse homem estava modestamente vestido, dormia sob as estrelas, ou abrigado sob o tecto de um templo, e muitas vezes não comia mais do que os legumes crus que os camponeses lhe ofereciam. Ele aprofundava-se a via do sabre visitando dojos célebres. Era isso o “musha-shugyo”.
S. Takano pergunta o nome dele. Respondem-lhe: “Ele chama-se Takaharu Naîto.”
Esse nome fica-lhe gravado na memória e a imagem desse homem surge-lhe, de tempos a tempos, como uma crítica em relação à sua vida de mestre de sabre de província. “Enquanto eu vivo e progrido no sabre em condições tranquilas e confortáveis, “ele” caminha sozinho e dorme no meio da natureza para aperfeiçoar o seu sabre. Onde estará neste momento?”
THE RIVAL.
After talking so much about Sazaburo Takano, we’re now going to speak a little bit, just a small episode, about the man who would be Takano’s lifetime great rival: Takaharu Naîto.
It’s around those days that the man who will be S. Takano’s rival in the way of the sword, started occupying a place inside his mind.
The Takano dojo is part of the Nakanishi Itto-ryu school dojos and it faces the “competion” of the Henmi dojo, situated some 12 km from Chichibu. That dojo is the center of the Kôgen-itto-ryu school that, along with 8 other dojos, has around 3000 students. Lots of experts, some from other provinces, attend classes there, attracted by its reputation. The main master and sixth successor is Aîsaku Henmi. S. Takano listens to an event that just took place in the Henmi dojo. Just a few days earlier, A. Henmi received a young expert doing “musha-shugyo”, who asked for a training. He was received according to the dojo’s usual way in such cases. As soon as he finished saluting the master, he put on the protective gear and gain the center of the dojo. The dojo’s students, all of them, formed a line and, one after another, fought him in a free fight (ji-geiko). The good education towards a “musha-shugyo” adept is to confront him with a training so vigorous, that the only way he can be able to leave the dojo is by crawling. That way the dojo’s honor is defended and the expert can benefit the contribution of the dojo he is visiting (Tr.N.: “challenging” is more like it). That is why the “musha-shugyo” travellers needed great physical capacities, but also great determination.
Generaly, after 3 or 4 hours the expert, received in such a manner, announces he has reach his limits and falls down. That young expert, however, fought for 7 hours without taking off his armour. All the students of the Henmi dojo were convinced that he would succumb just like everybody else, but their attitude transforms itself into respect towards that exceptional young expert.
After seven hours of incredible performance, the young man eats with appetite the meal offered by the dojo. Before leaving, he still helps in the daily tasks of the house as a way of thanking for being received. His strenght wasn’t over after his feat.
That man, who dressed in a very modest way, used to sleep under the stars, or under the roof of a temple, and many times didn’t ate more than the raw vegetables the farmers offered him. He was deepening himself in the way of the sword by visiting famous dojos. That was “musha-shugyo”.
S. Takano wants to know his name. Someone says: “His name is Takaharu Naîto.”
That name will be engraved in his memory and the image of that man will appear, from time to time, as a critical thought related to his own life as a province sword master. “While I live and progress in the sword in calm and confortable conditions, “he” walks alone and sleeps in the middle of mothernature in order to perfet his sword. I wonder where he is right now?”
23.2.05
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