24.3.06

2 - O QUE JIGEIKO DEVE SER

Não deve haver uma oscilação de preferências entre Kihon-geiko, Kata-geiko e Ji-geiko.
É importante encarar Ji-geiko como um meio de utilizar as diferentes Waza (técnicas) adquiridas durante Kihon-geiko e Kata-geiko. Ao fazê-lo temos a oportunidade de melhor compreender o significado e o propósito de cada um desses Keiko e aumentar o nosso interesse por cada um deles de cada vez que os praticamos. Como foi atrás mencionado, Ji-geiko destina-se a dar a oportunidade de testar a nossa habilidade em condições de combate livre, rão-restrito. A juntar a isso, Tomiki (1991) faz notar que o propósito de Ji-geiko no Kendo moderno é o de nos permitir compreender os aspectos estritamente espirituais do Kendo enquanto Budo. No passado, os Bujutsu-ka (praticantes de Bujutsu) apenas podiam apreender a sua habilidade ao derrotar adversários e ao sobreviver a, literalmente, situações de vida ou de morte. Esse lugar de batalha pela própria vida do passado, foi convertido numa área de competição onde todos usam Kendogu e onde se pode atacar e defender em segurança. No Kendo moderno, espera-se do Kendoka o controle sobre o conflito emocional das situações competitivas. Por isso, para desenvolver a habilidade e o espírito enquanto Kendokas completos, é essencial compreender como Ji-geiko deve ser encarado e praticá-lo correctamente. E a maneira de praticar Ji-geiko não é a mesma para toda a gente. Com os principiantes há uma maneira certa que os mais avançados devem utilizar para praticar Ji-geiko, consoante o nível desses mesmos iniciados. A aplicação de Ji-geiko, muda mais ou menos consoante os conhecimentos que a pessoa tenta adquirir ou melhorar através do Ji-geiko e também com quem estamos a praticar (p.e. com Kohai, Sempai, alguém mais idoso, do sexo oposto, etc.).
O restante deste artigo explica como encarar o Ji-geiko, de acordo com as diferentes fases de desenvolvimento de cada um.

Este texto é parte de “Atitudes para com o Ji-geiko”. Um artigo da autoria de Sotaro Honda, 6º dan Renshi e Treinador da Equipa Britãnica, gentilmente cedido pela BKA - British Kendo Association.

23.3.06

1 - A RELAÇÃO ENTRE KIHON-GEIKO, KATA-GEIKO E JI-GEIKO

Tal como Ji-geiko, também Kihon-geiko e Kata-geiko são elementos indispensáveis do treino de kendo.
No Kihon-geiko, as técnicas são repetidas uma vez e outra e outra, numa situação pré-determinada, de modo a que o praticante se torne capaz de as executar correctamente, com um bom Ki-ai e uma boa postura final, demonstrando Ki-Ken-Tai no Itchi.
Kata-geiko coloca maior enfâse na utilização da espada do que Kihon-geiko (uma vez que os kata são normalmente executados com um bokuto). Kata-geiko é também onde aprendemos a respirar como deve ser, utilizando o abdomén.
Kihon-geiko, Kata-geiko e Ji-geiko não existem separadamente. É suposto estarem ligados nas suas fundações. Há algumas pessoas que desempenham maravilhosamente em Kihon-geiko e Kata-geiko, mas que perdem a postura e a coordenação entre braços e pernas durante o Ji-geiko. Isso não será um problema se essas pessoas estiverem a desenvolver um trabalho que visa ultrapassar as suas inabilidades no Ji-geiko.
No entanto, há outras pessoas que centram a sua atenção apenas em derrotar os seus adversários e em desferir mais golpes do que o oponente. Este tipo de atitude no Ji-geiko reflecte uma preocupação exclusiva em ganhar apenas nesse preciso momento. Em contraste, há outros que preocupam apenas com a sua postura e aspecto formal e dão menos atenção ao Chu-shin (controle do centro) e Seme-ai. Tudo isto não é relevante se as pessoas que o fazem, o fizerem intencionalmente, com o objectivo de ultrapassar os seus mais variados problemas (p.e. tentar manter as costas direitas quando atacam).
Se não estão a tentar resolver quaisquer problemas, então tais abordagens apenas servem para degradar o Ji-geiko, tornando-o numa mera performance e, assim, impedindo-nos com a sua atitude errada de experimentar o real prazer da prática de Ji-geiko.

Este texto é parte de “Atitudes para com o Ji-geiko”. Um artigo da autoria de Sotaro Honda, 6º dan Renshi e Treinador da Equipa Britãnica, gentilmente cedido pela BKA - British Kendo Association.

NOVO MATERIAL

Diz o povo que "quem não tem vergonha todo o mundo é seu".
Eu mandei a vergonha às urtigas e enviei um mail para o webmaster da BKA British Kendo Association, pedindo autorização para traduzir uns artigos da autoria do treinador da equipe inglesa, o sensei Sotaro Honda.
E não é que povo tinha razão? Nem cinco minutos se tinham passado quando recebi a dita autorização.
Assim, nos próximos tempos vou dedicar algum do meu tempo livre a traduzir para vós, caros camaradas kendokas portugueses, três (extensos) artigos dedicados ao nosso "favorite pastime".
O primeiro chama-se "Atitudes para com o Ji-geiko" e já comecei a respectiva tradução; o segundo chama-se “Atitudes para com o Shiai” e o terceiro "Tácticas em Kendo".
Espero que gostem... se não gostarem... pois... paciência. Quero lá saber.

ATITUDES PARA COM O JI-GEIKO

“Atitudes para com o Ji-geiko” é um artigo da autoria de Sotaro Honda, 6º dan Renshi e Treinador da Equipa Britãnica, gentilmente cedido pela BKA - British Kendo Association.

Introdução
Ji-geiko é a essência do treino de kendo. Durante o Ji-geiko, nós, kendokas, podemos tentar utilizar as técnicas em situações não-restritas. Podemos também aprender e adquirir conhecimentos sobre o que fazer antes de atacar (Seme) ou acerca de como reagir ao Seme de um oponente (suas intenções e ataque). Graças ao Ji-geiko, podemos reconhecer com que técnicas somos, ou não, eficazes e o Ji-geiko pode guiar-nos nos próximos Kihon-geiko e Ji-geiko de forma a melhorarmos a nossa progressão técnica. Mas, além disso, também proporciona maneiras de desenvolver a nossa habilidade e o espírito de verdadeiros kendokas.
Se abordarmos o Ji-geiko da maneira errada, focando-nos apenas o objectivo de bater o adversário, não devemos esperar no futuro um desenvolvimento real enquanto kendokas. É por isso importante, antes de mais, envolvermo-nos no Ji-geiko com a compreenção correcta do mesmo.
Assim o propósito deste artigo (parte 1) é reexaminar a relação entre Kihon-geiko, Kata-geiko and Ji-geiko, seguido de uma reflexão de como esse último deve ser praticado.


17.3.06

MENOS UM 8º DAN KYOSHI NO MUNDO.



Foi com muito prazer que descobri outro dia, no site da ZNKR, que o sensei Kazuyoshi Okada, que nos visitou há uns tempos atrás, já é Hachidan HANSHI.
Muitos parabéns, Okada sensei.

10.3.06

KENDO NÃO É FUTEBOL 2

"Ou seja mais uma vez as raparigas ficam de fora??? Alguma razão válida... ou o "Sr" Nuno Serrano e o "Sr" Luis não estão para apanhar "secas" na arbitragem?... ou talvez a Namorada do "Sr" Luis não possa participar e logo não valerá a pena organizar um torneio feminino...afinal de contas teriam [MM (mesmo mesmo??)] de estar com atenção aos combates visto não haver desde o iníco uma vencedora planeada."
Post encontrado no forum da Associação de Kendo do Porto.

É muito triste.

1.3.06

ARIGA SENSEI



E, no fim de contas, não foi assiiiim tão duro como isso. Confesso que estava à espera de uma coisa muito mais "agreste". Nem houve kakari-geiko...
Enfim, mesmo com o pé esquerdo e o ombro direito a funcionarem a 50% consegui fazer o estágio... hum... numa boa, diria.
Importante importante, para mim, foram aquela meia-dúzia de minutos em que tive ocasião de fazer gi-geiko com alguém que já ganhou 4 medalhas de bronze em campeonatos do mundo. Apesar de ser um tipo de kendo ("de polícia") cujo visual não aprecio particularmente, tenho de me render à evidência quanto à sua, óbvia, eficácia.
Mas também daqui a dez ou vinte anos possivelmente ninguém se vai lembrar que existiu kendo "de universidade". Não sei os números certos mas, se calhar, hoje em dia uns 80% (ou mais) dos 8º dan devem ser polícias.
NOTA FINAL: Agora, muito muito muito educativo foi o gi-geiko de ontem na Patrício Prazeres entre os senseis Osaka e Ariga.