O CONCEITO DO KENDO
Disciplinar o carácter humano através da aplicação dos princípos da katana.
Acerca deste aparentemente simples parágrafo, por exemplo, muitos são os que ultimamente têm manifestado as suas dúvidas e reticências sobre o que significa exactamente, em pleno século XXI, a expressão “aplicação dos princípos da katana”. Até porque, como dizem os seus críticos, o kendo não é uma arte marcial assim tão antiga como isso e nos últimos cem anos sofreu bastantes modificações, tendo em vista torná-lo mais acessível e socialmente aceite.
E se o Conceito Oficial de Kendo, demasiado vago (quais são:”os princípios da katana”’?), não é de grande ajuda para que os principiantes, eventualmente os mais curiosos, possam saber o que esperar quando se iniciam na prática da modalidade, o Objectivo da Prática, por seu lado peca, na minha modesta opinião, por aparentemente não se tratar de mais do que uma interessante declaração de boas-intenções:
O OBJECTIVO DE PRATICAR KENDO
Moldar a mente e o espírito,
cultivar um espírito vigoroso
e, através de um treino correcto e exigente,
esforçar-se para melhorar na arte do kendo.
Estimar a cortesia humana e a honra,
associar-se com os outros com sinceridade
e buscar sempre o auto-melhoramento.
Isso permitirá que se possa:
Amar o seu país e a sociedade,
contribuir para o desenvolvimento da cultura
e promover a paz e a prosperidade entre os povos.
E é tudo o que há para se dizer quando a pergunta surge de novo, cada vez mais incómoda:
Afinal para que serve ou o que se ganha em treinar kendo?
Quando se começa a treinar kendo tudo é anti-natural.
Cada gesto, por mais pequeno que seja, é um desafio físico e intelectual gigantesco. E a cada tentativa executada, os erros, em vez de serem gradualmente eliminados, parecem antes acumular-se. Situação que, aliás, e diga-se a bem da verdade, se mantém durante toda a vida do praticante.
Ao fim da primeira semana de treinos, 90% dos principiantes já tem bem estampada no rosto uma questão que, por mais que tente, não lhe sai da cabeça e que pode ser elaborada mais ou menos assim: “Mas o que diabo estou eu a fazer aqui?”
Por esta altura, qualquer pessoa menos familiarizada com o treino típico do kendo, deve estar a perguntar-se que raio se passa de errado com a metodologia do mesmo.
Bom, não sei responder a essa pergunta. Mas quanto à outra, a primeira, tenho uma ideia ou duas que gostava de partilhar convosco.
E, a meu ver, até é bastante simples.
(Conclui no próximo post: A AVE RARA 3 ou O Kendokam Intermedius)
*Retirado do site da Zen Nippon Kendo Renmei
1 comentário:
aaaaahhhhh!!!! Vou-te bater!!! NAÂAAAOOO!!!
Porque é que aderiste à moda do To be continued quando vais revelar o "segredo". :S
bom trabalho..continua :D
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