Segunda–feira, 8 de Outubro 2007
Ashi-sabaki. Okuri-ashi, ayumi-ashi, etc, etc.
As nossas aulas (em Lisboa, pelo menos) comportam, normalmente, nalguma fase do keiko, um pouco de ashi-sabaki.
E foi precisamente sobre ashi-sabaki que o sensei debruçou a sua atenção no dia de hoje.
Mais exactamente sobre a utilização de okuri-ashi durante ji-geiko (ou shiai) o que, para quem pensava que os deslocamentos todos que existem no kendo são só para aquecer, pode ter sido uma grande surpresa.
Mas não. Aquela maneira “manhosa” de se deslocar... SURPRESA... tem aplicações práticas. Pois é.
Então vamos lá ver se consigo repetir como deve ser o que ele nos explicou.
No começo do combate os shinais encontram-se a uma distância maior que issoku-itto-no-ma, ou seja, a uma distância maior que um passo. Para poder desferir yuko-datotsu, é necessário, portanto, encurtar a distância.
O que o sensei nos dizia era que, depois de a primeira deslocação para entrar na distância ter sido feita, o pé de trás deve ser colocado (oculto pelo hakama) mais próximo do pé da frente do que o habitual.
Por outras palavras, aquilo que aos olhos do adversário parece ser uma situação de, lá está, issoku-itto-no-ma é, na verdade, uma posição vantajosa para nós.
Porquê? Porque o pé esquerdo, o pé de impulso, se encontra mais avançado, permitindo assim ganhar uns centímetros mais que podem ser vitais.
Se bem executado, este pequeno estratagema pode ser encarado como uma vantagem real.
Quer dizer, apesar de os shinais se encontrarem em issoku-itto-no-ma, o kendoka que se desloca encontra-se, na realidade, já muito próximo de SHIKA-MA.
E estar em shika-ma, como a gente sabe, é muito perigoso. Basta já ter combatido contra o senhor Osaka uma vez para perceber isso.
El Presidente, esse é que rejubilava de alegria. Finalmente, agora é que vai ganhar todos os combates contra o sensei.
- Era só o que faltava saber! Era aquilo do outro dia e mais isto hoje. - confessou emocionado e continuou – Agora sim, está mesmo, mesmo, mesmo, tramado comigo.
Suspiro.