Sexta-feira, 7 de Dezembro 2007
... e ao fim de uma data de dias lá voltou a falar no fim do treino.
O treino foi bastante interessante. Basicamente porque acabei por fazer apenas um ji-geiko, envolvido que estive durante quase todo o ji-geiko com os principiantes. Ou seja, enquanto os outros faziam ji-geiko (ou que lhes apetecia, visto que era um "período livre"... tá bem assim, ó Sousa?) enquanto isso eu tratava de "moer o espírito" aos iniciados.
Mas para meu gáudio, fiz ji-geiko com o sensei Osaka o que me deixou com o espírito em alta. E porquê?
Porque apercebi-me que o meu treino, não tão frequente como isso, em jodan-kamae, me deu, apesar de tudo, novas perspectivas acerca de uma série de tópicos bastante importantes para combater melhor. Nomeadamente seme.
Ontem pela primeira vez desde que me lembro consegui combater naquilo como eu chamo, o "tempo fraco". Ontem, pela primeira vez, consegui atacar nas pausas do combate. Não me deixar levar pelo ritmo natural do confronto, mas sim intervir na estrutura desse mesmo ritmo. O que eu percebi que ontem fiz (ou tentei) e normalmente não faço:
a ) - Criar pressão (seme) e atacar nas "pausas";
b ) - Criar pressão (seme) e atacar nos momentos em que o adversário se concentra para atacar;
c ) - Obstruir o seme do adversário com ashi-sabaki, lateral ou, em último caso, para trás;
d ) - Quebrar o ritmo. Criar ameaças de ataques, claramente falsas, deixá-las ser apreendidos pelo adversário apenas como isso e atacar nesse instante;
E a cereja no topo do bolo: esconder o shinai do campo de visão do adversário.
Outro dia reparei que havia qualquer coisa de estranho que se passava quando sensei ataca e, mesmo antes de atacar, baixa o shinai, quase como que em gedan-kamae. Invariavelmente quando voltava a ter notícias do "shinai desaparecido", ele estava, ou sobre no meu kote, ou então, espraiava-se livremente sobre a minha cabeça... e só outro dia percebi que o que ele faz é um "truque" digno de um ilusionista.
Ele oculta o shinai da vista do adversário, baixando-o para "debaixo dos braços" do opositor. São os braços do outro, em chudan-kamae, que fornecem o esconderijo. E aqueles (muito breves) segundos de hesitação/ocultação, normalmente, resultam na morte do artista.
Enfim, foi um belo keiko, o de hoje. A finalizar, o sensei aconselhou que, durante o kiri-kaeshi e antes de cada shomen, tomássemos balanço a partir de to-ma... de mais longe.
Começar em to-ma, criar pressão e entrar (com kiai) em issoku-itto-no ma e depois sim, shomen.