Quarta-feira, 26 de Abril
Esta rubrica começa bem.
Hoje a única coisa que ouvi o sensei Osaka dizer foi o seguinte:
- Está Joaquim? Hoje não posso ir treinar. Você dá o treino como lhe apetecer."
E eu disse:
- OK, não se preocupe. Até 4ª.
E ele:
- Bom fim-de-semana.
E eu:
- Bom fim-de-semana, sensei.
28.4.06
TANIGUCHI SENSEI 9º DAN
Um amigo dos "states" mandou-me este link:
http://www.brkumdo.co.kr/mov/kumdobr_best128k.wmv
Trata-se de uma demonstração que teve lugar durante os 50ºs campeonatos do Japão. Nela podemos apreciar um dos 4 ou 5 nonos dan ainda vivos, Taniguchi sensei, de Fukuoka, na altura com 82 anos, a fazer ji-geiko (e depois, como motodachi, kakarigeiko e kirikaeshi) com respectivamente: Toshiya Ichida sensei, 7º dan, duas vezes campeão mundial por equipas e duas vezes campeão do Japão individual; Iwai sensei de Aichi e Sakudo sensei de Osaka, ambos 8º dan (hanshi, creio eu).
Pá, vejam que vale a pena. O "velhote" tem muita pinta. Afinal de contas, este é mesmo parte uma espécie em vias de extinção.
Nota: o gajo que está com a câmara de vídeo à esquerda de Taniguchi sensei quando ele se está a equipar, é o sensei Michael Komoto, 6º dan e tradutor oficial da AJKF durante o seminário de Verão de Kitamoto.
http://www.brkumdo.co.kr/mov/kumdobr_best128k.wmv
Trata-se de uma demonstração que teve lugar durante os 50ºs campeonatos do Japão. Nela podemos apreciar um dos 4 ou 5 nonos dan ainda vivos, Taniguchi sensei, de Fukuoka, na altura com 82 anos, a fazer ji-geiko (e depois, como motodachi, kakarigeiko e kirikaeshi) com respectivamente: Toshiya Ichida sensei, 7º dan, duas vezes campeão mundial por equipas e duas vezes campeão do Japão individual; Iwai sensei de Aichi e Sakudo sensei de Osaka, ambos 8º dan (hanshi, creio eu).
Pá, vejam que vale a pena. O "velhote" tem muita pinta. Afinal de contas, este é mesmo parte uma espécie em vias de extinção.
Nota: o gajo que está com a câmara de vídeo à esquerda de Taniguchi sensei quando ele se está a equipar, é o sensei Michael Komoto, 6º dan e tradutor oficial da AJKF durante o seminário de Verão de Kitamoto.
27.4.06
A IDEIA DO SÉRGIO
Ontem dizia-me o Sérgio que seria uma boa ideia se eu "postasse" aqui, neste mesmo blog (que já passou os 10.000 hits!!!) os tradicionais comentários de fim de aula do nosso sensei.
É, de facto, uma ideia. O meu único problema prende-se com o facto de, nos últimos doze ou treze (?) anos o ter ouvido dizer basicamente a(s) mesma(s) coisa(s).
Ou seja, que nós temos de "recolher" a perna esquerda mais rapidamente, manter a mão esquerda sempre ao centro quando fazemos kirikaeshi e que devemos esforçar-nos por fazer o ultimo kirikaeshi do dia mais bem feito (ainda que mais devagar) apesar de estarmos cansados.
Coitado, ele é que já deve estar cansado de repetir a mesma coisa a um bando de (baka) gaidjins que, ao fim de tantos anos, não aprenderam porra nenhuma.
Como ele diria: "Paciência".
A partir da próxima aula, sexta-feira, vou começar a publicar as recomendações diárias de Osaka sensei. Veremos se a ideia é boa ou não.
É, de facto, uma ideia. O meu único problema prende-se com o facto de, nos últimos doze ou treze (?) anos o ter ouvido dizer basicamente a(s) mesma(s) coisa(s).
Ou seja, que nós temos de "recolher" a perna esquerda mais rapidamente, manter a mão esquerda sempre ao centro quando fazemos kirikaeshi e que devemos esforçar-nos por fazer o ultimo kirikaeshi do dia mais bem feito (ainda que mais devagar) apesar de estarmos cansados.
Coitado, ele é que já deve estar cansado de repetir a mesma coisa a um bando de (baka) gaidjins que, ao fim de tantos anos, não aprenderam porra nenhuma.
Como ele diria: "Paciência".
A partir da próxima aula, sexta-feira, vou começar a publicar as recomendações diárias de Osaka sensei. Veremos se a ideia é boa ou não.
10.000 HITS! 10.000 CARAGO.
Às 00:31:07 de dia 27 Abril de 2006, um utilizador de Windows XP usando o Internet Explorer 6.0 como browser marcou a décima milésima entrada neste humilde, sim, humilde blog de kendo.
Parabéns ao internauta desconhecido, volte sempre... e parabéns para mim também, cacete.
Parabéns ao internauta desconhecido, volte sempre... e parabéns para mim também, cacete.
26.4.06
UM DIA, QUEM SABE...
Encontrei esta foto num dos posts da kendo-world. Segundo o autor, cujo nome já não me lembro, trata-se de um campeonato nacional de alunos de liceu, no Japão.
Parece mesmo os nossos campeonatos, não parece??? A começar pelo local, o Budokan de Tóquio, e a acabar no número de participantes... é que parece tanto...
Eu olhei e pensei imediatamente: "Quem é este gajo que tirou uma foto ao nosso último campeonato? Deixa lá ver, onde é que eu estou?..."
Parece mesmo os nossos campeonatos, não parece??? A começar pelo local, o Budokan de Tóquio, e a acabar no número de participantes... é que parece tanto...
Eu olhei e pensei imediatamente: "Quem é este gajo que tirou uma foto ao nosso último campeonato? Deixa lá ver, onde é que eu estou?..."
ROENTGENS
É preciso que saibamos umas coisas sobre radiação. E tudo o que há para saber, neste caso, é muito simples. O dispositivo usado para medir os níveis de radiação chama-se contador Geiger. Se o ligarmos em Lisboa, ou no meio de outra cidade da Europa, deverá marcar cerca de 10 a12 microroentgen por hora.
Ora bem, 1.000 microroentgens são 1 milliroentgen e 1.000 milliroentgens são 1 roentgen.
Sendo assim, 1 roentgen vale (+ ou -) 100.000 vezes a radiação média de uma cidade europeia.
Uma dose de 500 roentgens em 5 horas é fatal para os seres humanos.
Nos primeiros dias a seguir à explosão do reactor de Chernobyl, nalguns locais próximos da central, os contadores marcavam entre 3.000 e 30.000 roentgens por hora.
Os bombeiros que foram mandados para apagar o incêndio no reactor foram queimados vivos no próprio local pelos raios gama.
A região de Chernobyl permanecerá radioactiva durante os próximos 48.000 anos. No entanto, a área poderá começar a ser repopulada, em princípio, dentro de 600 anos, com uma margem de 300 anos de erro, mais século menos século.
O mais irónico é que acabo de ver o actual ministro da energia ucraniano, na EuroNews, a defender a construção de mais centrais nucleares no seu país.
Ele há gente que não aprende mesmo. Enfim, amanhã voltamos ao kendo.
Ora bem, 1.000 microroentgens são 1 milliroentgen e 1.000 milliroentgens são 1 roentgen.
Sendo assim, 1 roentgen vale (+ ou -) 100.000 vezes a radiação média de uma cidade europeia.
Uma dose de 500 roentgens em 5 horas é fatal para os seres humanos.
Nos primeiros dias a seguir à explosão do reactor de Chernobyl, nalguns locais próximos da central, os contadores marcavam entre 3.000 e 30.000 roentgens por hora.
A maior parte das pessoas nesta fotografia estão mortas.
(Foto de Lu Taskey, Abril de 1986)
Os bombeiros que foram mandados para apagar o incêndio no reactor foram queimados vivos no próprio local pelos raios gama.
A região de Chernobyl permanecerá radioactiva durante os próximos 48.000 anos. No entanto, a área poderá começar a ser repopulada, em princípio, dentro de 600 anos, com uma margem de 300 anos de erro, mais século menos século.
O mais irónico é que acabo de ver o actual ministro da energia ucraniano, na EuroNews, a defender a construção de mais centrais nucleares no seu país.
Ele há gente que não aprende mesmo. Enfim, amanhã voltamos ao kendo.
23.4.06
ALGUMA VEZ TERIA DE SER
Este é, que me lembre, o primeiríssimo post que vou escrever neste blog que NÃO TEM NADA A VER com kendo, budo, Japão ou o que quer que seja que foi escrito neste blog. E o motivo é, salvo seja, muito simples.
Dia 26 de Abril, quarta-feira passam vinte anos (já) sobre o acidente nuclear de Chernobyl.
Elena Filatova é o nome.
http://www.kiddofspeed.com/ é o site.
Elena revisits Chernobyl é o link a não perder.
Aviso à navegação: é duro.
Portanto, da próxima vez que virem um certo industrial chico-esperto a defender na TV que o nuclear é a alternativa certa (e mais segura!!!) para os problemas energéticos de Portugal lembrem-se:
a) eles pensavam precisamente o mesmo há vinte anos atrás em Chernobyl;
b) de tal maneira pensavam que era seguro que, na noite do acidente, as pessoas da cidade subiam aos pontos mais altos para "apreciar" a luminosidade cor-de-laranja que iluminava os céus do lado da central nuclear;
c) por mais seguro que seja, nada garante que um Akimov português (um Silva) não carregue no botão errado no momento errado;
Nuclear? Não obrigado.
Dia 26 de Abril, quarta-feira passam vinte anos (já) sobre o acidente nuclear de Chernobyl.
Elena Filatova é o nome.
http://www.kiddofspeed.com/ é o site.
Elena revisits Chernobyl é o link a não perder.
Aviso à navegação: é duro.
Portanto, da próxima vez que virem um certo industrial chico-esperto a defender na TV que o nuclear é a alternativa certa (e mais segura!!!) para os problemas energéticos de Portugal lembrem-se:
a) eles pensavam precisamente o mesmo há vinte anos atrás em Chernobyl;
b) de tal maneira pensavam que era seguro que, na noite do acidente, as pessoas da cidade subiam aos pontos mais altos para "apreciar" a luminosidade cor-de-laranja que iluminava os céus do lado da central nuclear;
c) por mais seguro que seja, nada garante que um Akimov português (um Silva) não carregue no botão errado no momento errado;
Nuclear? Não obrigado.
19.4.06
UM ESTÁGIO DE KENDO "COMO DEVE SER"
Ora cá está um estágio pelo qual vou fazer tudo para estar presente. Nuestros hermanos é que "sabem-la toda".
Entre 24 e 30 de Julho decorre, em Valência, o (1º?) Kendo Campus, como eles lhe chamam.
Estarão presentes os seguintes mestres:
Akira MIYAZAKI - 8ºdan Hanshi
Naoshi ABE - 8ºdan Kyoshi
Satoshi MARUYAMA - 8ºdan Kyoshi
Tadao KURODA - 7ºdan Kyoshi
O keiko terá lugar entre as 9 da manhã e as 12 e 30.
Tarde livre.
E depois ji-geiko das 19 e 30 às 20 e 45.
Dia 29 da parte da manhã há campeonato e da parte da tarde ji-geiko e exames.
O preço (das aulas) para os 7 dias é de 120 euros.
Mais informações é só escrever para kendocampus@hotmail.com.
Bute lá???
Entre 24 e 30 de Julho decorre, em Valência, o (1º?) Kendo Campus, como eles lhe chamam.
Estarão presentes os seguintes mestres:
Akira MIYAZAKI - 8ºdan Hanshi
Naoshi ABE - 8ºdan Kyoshi
Satoshi MARUYAMA - 8ºdan Kyoshi
Tadao KURODA - 7ºdan Kyoshi
O keiko terá lugar entre as 9 da manhã e as 12 e 30.
Tarde livre.
E depois ji-geiko das 19 e 30 às 20 e 45.
Dia 29 da parte da manhã há campeonato e da parte da tarde ji-geiko e exames.
O preço (das aulas) para os 7 dias é de 120 euros.
Mais informações é só escrever para kendocampus@hotmail.com.
Bute lá???
17.4.06
KENDO E JOGOS OLÍMPICOS III
E de repente, boas notícias.
Na passada sexta-feira, 7 de Abril 2006, em Seoul, a IKF (International Kendo Federation) apresentou perante a assembleia geral da Associação Geral Internacional de Federações Desportivas (GAISF), o seu pedido de adesão, o qual foi aceite. E em boa hora, diga-se.
E o que é que os Jogos Olímpicos têm a ver com isto, perguntarão?
Então, é muito simples. Um dos requisitos indispensáveis para uma disciplina ser aceite no COI (Comité Olímpico Internacional) é ter uma federação internacional (e só uma) que tenha sido reconhecida pela GAISF como único representante mundial da actividade/desporto que promove, no caso da IKF, o kendo.
Por outras palavras, se a IKF foi aceite na GAISF como sendo o legítimo (e único, repito) representante mundial do kendo, isso quer dizer que a WKA, apesar do seu lobby, não foi. O que quer dizer que, sem a WKA na GAISF, não há “kendo olímpico” para ninguém.
Se já sonhavam com medalhas podem tirar o cavalinho da chuva.
Na passada sexta-feira, 7 de Abril 2006, em Seoul, a IKF (International Kendo Federation) apresentou perante a assembleia geral da Associação Geral Internacional de Federações Desportivas (GAISF), o seu pedido de adesão, o qual foi aceite. E em boa hora, diga-se.
E o que é que os Jogos Olímpicos têm a ver com isto, perguntarão?
Então, é muito simples. Um dos requisitos indispensáveis para uma disciplina ser aceite no COI (Comité Olímpico Internacional) é ter uma federação internacional (e só uma) que tenha sido reconhecida pela GAISF como único representante mundial da actividade/desporto que promove, no caso da IKF, o kendo.
Por outras palavras, se a IKF foi aceite na GAISF como sendo o legítimo (e único, repito) representante mundial do kendo, isso quer dizer que a WKA, apesar do seu lobby, não foi. O que quer dizer que, sem a WKA na GAISF, não há “kendo olímpico” para ninguém.
Se já sonhavam com medalhas podem tirar o cavalinho da chuva.
10.4.06
KENDO E JOGOS OLÍMPICOS II
Agora a sério.
O problema do kendo.
Imaginemos que, com bastante tempo e paciência, até se conseguia que TODA A GENTE, NO MUNDO, aprendesse as regras e percebesse a competição de kendo tal como ela é.
Vamos ser optimistas. Quanto tempo tolerariam as grandes redes de televisão mundiais (não esquecer que os jogos são sobretudo um evento televisivo à escala planetária que vive de patrocínios comerciais) um desporto sem duração pré-determinada?
Sabemos muito bem que uma final de um campeonato pode acabar em segundos, mas também (por exemplo, a final por equipas masculinas do mundial de Glasgow) sabemos que pode estender-se por 15 ou 20 minutos de anti-shiai sem que nada de interessante (pelo menos, para um tele-espectador vulgar) se passe.
O que é um facto é que, tal como é entendido e praticado hoje, o shiai de kendo é impensável nuns Jogos Olímpicos. Já nem vou falar da fome das medalhas e de tudo o que os atletas são capazes de fazer para as obter. Afinal, o mais importante no kendo nem é vencer.
Porque é que o judo criou os "famosos" koka e yuko? Para abreviar os combates? Não tenho a mais pequena dúvida. Porque é que o taekwondo olímpico tem vitórias por acumulação de pontos, tal qual como, por exemplo, o boxe? É tudo uma questão de tempo, do seu controle e do dinheiro que esse "tempo televisivo olímpico" vale em compromissos comerciais.
Qual a solução?
A solução proposta pela World Kumdo Association, desvirtua completamente aquilo a que chamamos kendo actualmente: marcação electrónica, acumulação de pontos, pontapés (sim, sim), etc. O exemplo do judo também não é o melhor. Criar fracções de ippon numa arte marcial que tem como um dos seus fundamentos o conceito de "um golpe, uma morte", parece-me, no mínimo, ridículo. E assim, de repente, não estou a ver mais nada.
Então, repito: Qual a solução? Não há solução e não me parece que haja vergonha nenhuma nisso. Porque é que o kendo deveria ser desporto olímpico? Seria mais importante por isso? Será menos desporto assim?
Pelo contrário, a verdade é que tudo indica que, tal como se desconfiava, o kendo é muito mais do que um simples desporto.
O problema do kendo.
Imaginemos que, com bastante tempo e paciência, até se conseguia que TODA A GENTE, NO MUNDO, aprendesse as regras e percebesse a competição de kendo tal como ela é.
Vamos ser optimistas. Quanto tempo tolerariam as grandes redes de televisão mundiais (não esquecer que os jogos são sobretudo um evento televisivo à escala planetária que vive de patrocínios comerciais) um desporto sem duração pré-determinada?
Sabemos muito bem que uma final de um campeonato pode acabar em segundos, mas também (por exemplo, a final por equipas masculinas do mundial de Glasgow) sabemos que pode estender-se por 15 ou 20 minutos de anti-shiai sem que nada de interessante (pelo menos, para um tele-espectador vulgar) se passe.
O que é um facto é que, tal como é entendido e praticado hoje, o shiai de kendo é impensável nuns Jogos Olímpicos. Já nem vou falar da fome das medalhas e de tudo o que os atletas são capazes de fazer para as obter. Afinal, o mais importante no kendo nem é vencer.
Porque é que o judo criou os "famosos" koka e yuko? Para abreviar os combates? Não tenho a mais pequena dúvida. Porque é que o taekwondo olímpico tem vitórias por acumulação de pontos, tal qual como, por exemplo, o boxe? É tudo uma questão de tempo, do seu controle e do dinheiro que esse "tempo televisivo olímpico" vale em compromissos comerciais.
Qual a solução?
A solução proposta pela World Kumdo Association, desvirtua completamente aquilo a que chamamos kendo actualmente: marcação electrónica, acumulação de pontos, pontapés (sim, sim), etc. O exemplo do judo também não é o melhor. Criar fracções de ippon numa arte marcial que tem como um dos seus fundamentos o conceito de "um golpe, uma morte", parece-me, no mínimo, ridículo. E assim, de repente, não estou a ver mais nada.
Então, repito: Qual a solução? Não há solução e não me parece que haja vergonha nenhuma nisso. Porque é que o kendo deveria ser desporto olímpico? Seria mais importante por isso? Será menos desporto assim?
Pelo contrário, a verdade é que tudo indica que, tal como se desconfiava, o kendo é muito mais do que um simples desporto.
KENDO E JOGOS OLÍMPICOS
Outro dia estava a falar com o Jorge acerca de kendo e Jogos Olímpicos e a meio da conversa lembrei-me de tudo (?) o que é, ou deve ser, necessário para que um ataque seja bem sucedido e, portanto, marcado um ponto ao kendoka.
Pensei: “Não queria ser o locutor de serviço de um canal de televisão nesse dia”. Acham que exagero? Então vamos lá, isto é só que me lembrei agora.
Para um ponto ser marcado num combate de kendo ele deve ser mais ou menos assim:
Deve-se atingir um dos yuko-datotsu demonstando ki-ken-tai no itchi, a partir do ma-ai apropriado, executando ha-suji correctamente e batendo com a parte correcta do shinai (o datotsu), o impacto, esse, deve ter sae e o praticante deve manter zanshin mesmo depois do golpe.
Simples, não é? OK, é um bocadinho subjectivo...
Façam a experiência: tentem explicar (só) ki-ken-tai no itchi a alguém que nunca viu kendo na vida e digam-lhe que é um dos factores que determina se um ponto é atribuido ou não, e porquê.
Bom, podia-se sempre fazer como no judo. Criavam-se waza-ari(s), meios-pontos, koka(s) e yuko(s) quartos e oitavos de ponto. (Nota: pode ser ao contrário não sei; yuko é um quarto e koka um oitavo de ponto... sei lá.) Olha, teve ki-ken mas não teve tai, vale um koka. Bateu só de raspão? Não há problema: um yuko resolve isso já. Acertou no Do mas não demonstrou zanshin? Eh, até fez barulho, toma lá um waza-ari, prontes.
Ou, mais simplesmente ainda, fazia-se como os coreanos da World Kumdo Association querem fazer: “tipo” esgrima olímpica. Assim, uma espécie de sport chambara com marcadores electrónicos:
- Tocou?
- Acho que sim... pelo menos a luz acendeu...
- Então marcou.
- Ah... mas não teve ki-ken-tai no...
- Não teve o quê? Não me venha cá com essas paneleirices japonesas, amigo... bateu, bateu. Ah, campeão. Mais uma medalha, carago.
Pensei: “Não queria ser o locutor de serviço de um canal de televisão nesse dia”. Acham que exagero? Então vamos lá, isto é só que me lembrei agora.
Para um ponto ser marcado num combate de kendo ele deve ser mais ou menos assim:
Deve-se atingir um dos yuko-datotsu demonstando ki-ken-tai no itchi, a partir do ma-ai apropriado, executando ha-suji correctamente e batendo com a parte correcta do shinai (o datotsu), o impacto, esse, deve ter sae e o praticante deve manter zanshin mesmo depois do golpe.
Simples, não é? OK, é um bocadinho subjectivo...
Façam a experiência: tentem explicar (só) ki-ken-tai no itchi a alguém que nunca viu kendo na vida e digam-lhe que é um dos factores que determina se um ponto é atribuido ou não, e porquê.
Bom, podia-se sempre fazer como no judo. Criavam-se waza-ari(s), meios-pontos, koka(s) e yuko(s) quartos e oitavos de ponto. (Nota: pode ser ao contrário não sei; yuko é um quarto e koka um oitavo de ponto... sei lá.) Olha, teve ki-ken mas não teve tai, vale um koka. Bateu só de raspão? Não há problema: um yuko resolve isso já. Acertou no Do mas não demonstrou zanshin? Eh, até fez barulho, toma lá um waza-ari, prontes.
Ou, mais simplesmente ainda, fazia-se como os coreanos da World Kumdo Association querem fazer: “tipo” esgrima olímpica. Assim, uma espécie de sport chambara com marcadores electrónicos:
- Tocou?
- Acho que sim... pelo menos a luz acendeu...
- Então marcou.
- Ah... mas não teve ki-ken-tai no...
- Não teve o quê? Não me venha cá com essas paneleirices japonesas, amigo... bateu, bateu. Ah, campeão. Mais uma medalha, carago.
9.4.06
SAITO SENSEI EM MADRID
Foto gentilmente roubada em: www.kenwakai.org
Da direcção do Kenwakai de Madrid recebi uma comunicação dando a conhecer o retorno de Akitsuna Saito sensei, 7º dan kyoshi, a Madrid para mais num mini-estágio de 2 dias. O referido terá lugar nos dias 29 e 30 de Abril, sábado e domingo, no dojo do clube; segunda-feira, dia 1 de Maio (feriado) o sensei desloca-se até Zaragoza para mais um dia de treinos.
Este ano, uma das novidades é que A. Saito se fará acompanhar por um outro sensei japonês 6º dan.
O estágio é completamente grátis.
Mais informações, suponho que em breve no site do Kenwakai (www.kenwakai.org). Para já não vi nada.
8.4.06
E NO QUE A JI-GEIKO DIZ RESPEITO...
... para já, estamos conversados. O resto da comunicação de Sotaru Honda, debruça-se, a partir de agora, sobre como fazer Ji-geiko de 4º dan para diante e coisas semelhantes: como fazer ji-geiko com idoso, mulheres e crianças e tudo mais. Não sendo assuntos que me parecem particularmente relevantes nesta altura, vou dedicar o meu próximo trabalho de tradução a outra comunicação do autor, desta feita, dedicada ao Shiai.
Ah, a propósito de Ji-geiko, que belo Ji-geiko que fiz ontem com Osaka sensei. Fiquei muito contente.
Saudámo-nos. Em seguida, eu, respeitosamente, proferi a frase: Shitsurei-shimassu.?. algures entre uma pergunta e um pedido de desculpas. Ele assentou com gesto e pude assim assumir Jodan-kamae. Quando se faz Jodan-kamae com alguém mais graduado (godan para cima) é de bom tom dizer sempre shitsurei-shimassu. Sim, podia ter dito "goburei-shimassu", mas shitsurei-shimassu, pelo que Osaka san me disse uma vez, é mais bem educado. É uma espécie de desculpa. Significa mais ou menos, desculpe-me pela minha ousadia em assumir uma guarda tão agressiva (eu, um reles verme, um invertebrado que deveria passar o resto da minha vida era em gedan, que é o que mais se aproxima da minha condição de ser rastejante). Voltando ao Ji-geiko, é claro que a seguir levei uma carga de porrada enorme, mas foi uma carga de porrada enorme extremamente educativa.
Abayo.
Ah, a propósito de Ji-geiko, que belo Ji-geiko que fiz ontem com Osaka sensei. Fiquei muito contente.
Saudámo-nos. Em seguida, eu, respeitosamente, proferi a frase: Shitsurei-shimassu.?. algures entre uma pergunta e um pedido de desculpas. Ele assentou com gesto e pude assim assumir Jodan-kamae. Quando se faz Jodan-kamae com alguém mais graduado (godan para cima) é de bom tom dizer sempre shitsurei-shimassu. Sim, podia ter dito "goburei-shimassu", mas shitsurei-shimassu, pelo que Osaka san me disse uma vez, é mais bem educado. É uma espécie de desculpa. Significa mais ou menos, desculpe-me pela minha ousadia em assumir uma guarda tão agressiva (eu, um reles verme, um invertebrado que deveria passar o resto da minha vida era em gedan, que é o que mais se aproxima da minha condição de ser rastejante). Voltando ao Ji-geiko, é claro que a seguir levei uma carga de porrada enorme, mas foi uma carga de porrada enorme extremamente educativa.
Abayo.
6.4.06
3. COMO ENCARAR O JI-GEIKO EM CADA FASE DE DESENVOLVIMENTO II.
3-2. Entre 1º e 3º dan.
Do Kendoka destes níveis deseja-se que seja capaz de aprimorar Shikake-waza; é também importante que tente utilizar uma grande variedade de tércnicas, por sua própria iniciativa. Por outro lado, deve atacar não só avançando, mas também usar activamente Hiki-waza (recuando) e deve sempre lembrar-se que deve completar o seu ataque. Tal como mencionado anteriormente, ganhar ou perder não constitui uma prioridade no Ji-geiko. Não se deve preocupar apenas com as vezes que atingiu ou que foi atingido pelo seu adversário, mas reflectir no processo de “como e porquê” atingiu e/ou foi atingido.
“Utte-hansei, utarete-kansya”, ou seja, pensar no nosso ataque depois de ter atingido o adversário com sucesso e agradecer-lhe quando ele nos atinge, é uma atitude esperada nos Kendokas deste nível.
Os praticantes nesta fase devem, além disso, começar a reflectir nas três maneiras de se impôr a um adversário (San-sappo) em Ji-geiko. Uma é matar o Ki (espírito) do adversário. Trata-se de abater o Ki do oponente demonstrando o poder total do nosso. Outra é matar o Ken (espada) do opositor. Isso significa controlar a ponta da espada contrária restringindo os seus movimentos ou anulando-os. A terceira, e última maneira, é matar a Waza (técnica) do adversário. Por outras palavras, antecipar o seu ataque, não lhe dando qualquer oportunidade de o executar (All Japan Kendo Federation, 2000, pp. 79-80).
Nesta fase, ainda é certa uma maior utilização de Ken e Waza do que de Ki para se sobrepôr ao adversário e antecipar o seu ataque. Kendokas neste nível tem ainda Waza(s) para aperfeiçoar (nesta altura é ainda demasiado cedo para começar a fazer Kendo que ponha um maior enfâse em derrotar o adversário através da força da personalidade ou presença (Ki), tal como os kendokas de nível 6º ou 7º dan conseguem fazer.). Encoraja-se o uso de uma maior variedade de Waza em Ji-geiko, através de um uso mais activo do shinai, de deslocações e de esquivas mas também são encorajados para usar Oji-waza (bloqueios) numa proporção de 2 para 8 em relação a Shikake-waza (técnicas de ataque simples). O importante aqui é compreender o conceito fundamental de Oji-waza. Não se deve esperar que o opositor ataque e responder ao seu ataque. Deve-se atraí-lo para uma situação que nos seja vantajosa assim que ele executa o seu ataque. Nunca seremos capazes de executar Oji-waza com sucesso se apenas ficarmos à espera que o adversário tome a iniciativa. Deve-se tentar mostrar espírito atacante sem bater com os pés no chão ou fazer movimentos com o shinai e colocá-lo numa posição em que o seu ataque até é benvindo (Nota Trad.: Porque já o esperamos e podemos assim controlá-lo).
Há certas pessoas que pensam que a razão pela qual não conseguem fazer Oji-waza se deve à sua (falta de) habilidade técnica, aos seus movimentos e à forma como os executam. O que devem pensar, em vez disso, é se estão ou não a tentar atrair o adversário para que ele inicie o ataque.
Neste nível, não é pedido que se seja capaz de executar Oji-waza sem pensar, mas apenas se encoraja o seu uso no Ji-geiko, desde que mantendo sempre em mente o conceito fundamental atrás referido.
Este texto é parte de “Atitudes para com o Ji-geiko”. Um artigo da autoria de Sotaro Honda, 6º dan Renshi e Treinador da Equipa Britãnica, gentilmente cedido pela BKA - British Kendo Association.
Do Kendoka destes níveis deseja-se que seja capaz de aprimorar Shikake-waza; é também importante que tente utilizar uma grande variedade de tércnicas, por sua própria iniciativa. Por outro lado, deve atacar não só avançando, mas também usar activamente Hiki-waza (recuando) e deve sempre lembrar-se que deve completar o seu ataque. Tal como mencionado anteriormente, ganhar ou perder não constitui uma prioridade no Ji-geiko. Não se deve preocupar apenas com as vezes que atingiu ou que foi atingido pelo seu adversário, mas reflectir no processo de “como e porquê” atingiu e/ou foi atingido.
“Utte-hansei, utarete-kansya”, ou seja, pensar no nosso ataque depois de ter atingido o adversário com sucesso e agradecer-lhe quando ele nos atinge, é uma atitude esperada nos Kendokas deste nível.
Os praticantes nesta fase devem, além disso, começar a reflectir nas três maneiras de se impôr a um adversário (San-sappo) em Ji-geiko. Uma é matar o Ki (espírito) do adversário. Trata-se de abater o Ki do oponente demonstrando o poder total do nosso. Outra é matar o Ken (espada) do opositor. Isso significa controlar a ponta da espada contrária restringindo os seus movimentos ou anulando-os. A terceira, e última maneira, é matar a Waza (técnica) do adversário. Por outras palavras, antecipar o seu ataque, não lhe dando qualquer oportunidade de o executar (All Japan Kendo Federation, 2000, pp. 79-80).
Nesta fase, ainda é certa uma maior utilização de Ken e Waza do que de Ki para se sobrepôr ao adversário e antecipar o seu ataque. Kendokas neste nível tem ainda Waza(s) para aperfeiçoar (nesta altura é ainda demasiado cedo para começar a fazer Kendo que ponha um maior enfâse em derrotar o adversário através da força da personalidade ou presença (Ki), tal como os kendokas de nível 6º ou 7º dan conseguem fazer.). Encoraja-se o uso de uma maior variedade de Waza em Ji-geiko, através de um uso mais activo do shinai, de deslocações e de esquivas mas também são encorajados para usar Oji-waza (bloqueios) numa proporção de 2 para 8 em relação a Shikake-waza (técnicas de ataque simples). O importante aqui é compreender o conceito fundamental de Oji-waza. Não se deve esperar que o opositor ataque e responder ao seu ataque. Deve-se atraí-lo para uma situação que nos seja vantajosa assim que ele executa o seu ataque. Nunca seremos capazes de executar Oji-waza com sucesso se apenas ficarmos à espera que o adversário tome a iniciativa. Deve-se tentar mostrar espírito atacante sem bater com os pés no chão ou fazer movimentos com o shinai e colocá-lo numa posição em que o seu ataque até é benvindo (Nota Trad.: Porque já o esperamos e podemos assim controlá-lo).
Há certas pessoas que pensam que a razão pela qual não conseguem fazer Oji-waza se deve à sua (falta de) habilidade técnica, aos seus movimentos e à forma como os executam. O que devem pensar, em vez disso, é se estão ou não a tentar atrair o adversário para que ele inicie o ataque.
Neste nível, não é pedido que se seja capaz de executar Oji-waza sem pensar, mas apenas se encoraja o seu uso no Ji-geiko, desde que mantendo sempre em mente o conceito fundamental atrás referido.
Este texto é parte de “Atitudes para com o Ji-geiko”. Um artigo da autoria de Sotaro Honda, 6º dan Renshi e Treinador da Equipa Britãnica, gentilmente cedido pela BKA - British Kendo Association.
4.4.06
OLD KENDO
Só visto. E VALE A PENA VER. Kendo dos anos 50, quando ainda valia fazer rasteiras e projecções. Um espectáculo.
http://www.youtube.com/watch?v=VsX1A2EIndY&search=kendo
http://www.youtube.com/watch?v=VsX1A2EIndY&search=kendo
3.4.06
3. COMO ENCARAR O JI-GEIKO EM CADA FASE DE DESENVOLVIMENTO.
3-1. Graduações Kyu
Em primeiro lugar, o ponto mais importante que o Kendoka deste nível deve ter em mente é de tentar de usar as técnicas (Shikake-waza) por sua própria iniciativa. Não se limitar a Men ou Kote, mas tentar usar TODAS as técnicas que aprendeu em Kihon-geiko e Kata-geiko. Não deve ter medo de falhar ou ser derrotado. É de esperar que o Kendoka se aperceba gradualmente do timing apropriado de cada uma das técnicas, à medida que as utiliza quando toma a iniciativa de atacar. Outro ponto importante é que não deve parar o seu movimento depois de atacar, mas sim tentar completar o ataque e rapidamente preparar-se para a próxima acção. É frequente no Ji-geiko que os principiantes percam a atenção (e a guarda) assim que concluem o primeiro ataque e enquanto voltam para onde estavam antes de o iniciarem. É fulcral manter a concentração, onde quer que se esteja, e preparar-se para a próxima acção assim que se conclui o primeiro ataque.
Em segundo lugar, é normal que a maioria dos principiantes não tenha ainda aprendido, nesta fase, como se defender. Dá-se também o caso de os principiantes não saberem exactamente o que fazer; permanecerem ausentes e estáticos sem tentar responder aos ataques, ou então fechar os olhos e contrair os ombros, por vezes recuando ou fugindo, sempre que o adversário toma a iniciativa de atacar primeiro. É também razoável assumir que podem até sentir medo perante o ataque do opositor.
O que é importante aqui é (ajudá-los a) compreender as noções de Ko-bo-ichi e Ken-tai-itchi (N.Tr.: Não confundir com Ki-ken-tai-no-itchi). Estas expressões ilustram a importância de estar sempre física e intelectualmente preparados para se defender de um eventual contra-ataque do adversário enquanto estamos a atacar, mas também preparados para contra-atacar enquanto defendemos (All Japan Kendo Federation, 2000, p. 47).
O acto de defesa não existe, por si só, no Kendo.
A defesa existe tendo como objectivo o ataque ou o contra-ataque.
Usar uma defesa adequada possibilita-nos atacar imediatamente a seguir, mas não se deve permanecer estático e simplesmente defender utilizando só o shinai. Deve-se manter os joelhos relaxados e defender usando o shinai e sabaki (esquivando).
À medida que se ganha experiência, adquire-se também uma gama maior de Waza e um melhor timing. Nesta fase, deve-se encorajar a utilização de técnicas com movimentos grandes, que envolvam todo o corpo, a não confiar em técnicas com movimentos pequenos e a não tentar apenas atingir o adversário mais vezes do que ele nos atinge a nós.
Se, nesta fase, se criam maus hábitos na maneira de atacar e defender , demorará muito tempo até que eles desapareçam. É importante reflectir sobre a maneira com que encaramos o Ji-geiko, ouvindo os conselhos dos Sempai e Sensei, mas também através de um auto-exame
Este texto é parte de “Atitudes para com o Ji-geiko”. Um artigo da autoria de Sotaro Honda, 6º dan Renshi e Treinador da Equipa Britãnica, gentilmente cedido pela BKA - British Kendo Association.
Em primeiro lugar, o ponto mais importante que o Kendoka deste nível deve ter em mente é de tentar de usar as técnicas (Shikake-waza) por sua própria iniciativa. Não se limitar a Men ou Kote, mas tentar usar TODAS as técnicas que aprendeu em Kihon-geiko e Kata-geiko. Não deve ter medo de falhar ou ser derrotado. É de esperar que o Kendoka se aperceba gradualmente do timing apropriado de cada uma das técnicas, à medida que as utiliza quando toma a iniciativa de atacar. Outro ponto importante é que não deve parar o seu movimento depois de atacar, mas sim tentar completar o ataque e rapidamente preparar-se para a próxima acção. É frequente no Ji-geiko que os principiantes percam a atenção (e a guarda) assim que concluem o primeiro ataque e enquanto voltam para onde estavam antes de o iniciarem. É fulcral manter a concentração, onde quer que se esteja, e preparar-se para a próxima acção assim que se conclui o primeiro ataque.
Em segundo lugar, é normal que a maioria dos principiantes não tenha ainda aprendido, nesta fase, como se defender. Dá-se também o caso de os principiantes não saberem exactamente o que fazer; permanecerem ausentes e estáticos sem tentar responder aos ataques, ou então fechar os olhos e contrair os ombros, por vezes recuando ou fugindo, sempre que o adversário toma a iniciativa de atacar primeiro. É também razoável assumir que podem até sentir medo perante o ataque do opositor.
O que é importante aqui é (ajudá-los a) compreender as noções de Ko-bo-ichi e Ken-tai-itchi (N.Tr.: Não confundir com Ki-ken-tai-no-itchi). Estas expressões ilustram a importância de estar sempre física e intelectualmente preparados para se defender de um eventual contra-ataque do adversário enquanto estamos a atacar, mas também preparados para contra-atacar enquanto defendemos (All Japan Kendo Federation, 2000, p. 47).
O acto de defesa não existe, por si só, no Kendo.
A defesa existe tendo como objectivo o ataque ou o contra-ataque.
Usar uma defesa adequada possibilita-nos atacar imediatamente a seguir, mas não se deve permanecer estático e simplesmente defender utilizando só o shinai. Deve-se manter os joelhos relaxados e defender usando o shinai e sabaki (esquivando).
À medida que se ganha experiência, adquire-se também uma gama maior de Waza e um melhor timing. Nesta fase, deve-se encorajar a utilização de técnicas com movimentos grandes, que envolvam todo o corpo, a não confiar em técnicas com movimentos pequenos e a não tentar apenas atingir o adversário mais vezes do que ele nos atinge a nós.
Se, nesta fase, se criam maus hábitos na maneira de atacar e defender , demorará muito tempo até que eles desapareçam. É importante reflectir sobre a maneira com que encaramos o Ji-geiko, ouvindo os conselhos dos Sempai e Sensei, mas também através de um auto-exame
Este texto é parte de “Atitudes para com o Ji-geiko”. Um artigo da autoria de Sotaro Honda, 6º dan Renshi e Treinador da Equipa Britãnica, gentilmente cedido pela BKA - British Kendo Association.
2.4.06
TORNEIO DO PORTO 2006 (INCLUI PRÉMIOS USAGI SAN)
Decorreu ontem no FCDEF (fuck a def?) o torneio do Porto de Kendo 2006.
Desta vez, e visto que fui árbitro (e como, aparentemente, não havia vencedor pré-determinado) tive de estar (mesmo mesmo) com muita atenção aos combates. Assim, gostaria de deixar aqui a minha impressão a propósito do assunto.
Primeiro a parte negativa: não houve. Ou se houve, não dei por ela. Foi tudo muito escorreito... beuh, que palavra.
Enfim, alguns participantes, mais por ignorãncia do que por desrespeito, ainda não conhecem bem as regras de competição. Precisam de aprender quais são as suas obrigações enquanto estão dentro do shiai-jo; mas enfim, nada de especial.
Ah, sim, uma coisa negativa: fiquei lixado por me terem dito que não havia goodwill-geiko no fim e depois haver goodwill-geiko no fim. Não levei o kendo-gu e depois fiquei a olhar para o boneco, enquanto toda a gente se divertia à grande e à paulada. Mas que se lixe, acho que até foi resultado de tudo ter corrido de maneira tão.... como dizê-lo... escorreita?
Os resultados toda a gente sabe quais foram, mas não custa nada “espetá-los” aqui nesta página. É aquela idéia... assim como a RTP ser serviço público, tão a ver?
OK, então:
1º Lugar - Sérgio Andrade (AKL);
2º Lugar - Henrique Martins (AKC);
3ºs Lugares - Luis Sousa (AKL) e Paulo Martins (AKL);
Fighting Spirit
Helder Sacramento (AKP) e Rui não me lembro do último nome mas sei muito bem quem és, (AKL);
PRÉMIOS USAGI SAN
Uma mão cheia deles. Primeiro os sérios:
Prémio Fighting Spirit: Luis Sousa (AKL);
Prémio de Desempenho Extraordinário: Rui, o tal que não sei o último nome;
Prémio de Desempenho Extraordinário: Vai para um "chavalo", assim grandão, de Coimbra cujo nome ignoro mas que me surpreendeu BUÉ;
Prémio Técnico: Mário Lehmann (AKP);
E agora os prémios especiais do júri:
Começo por um prémio que tem um significado muito especial para mim que é o
Prémio Otário Não Te Queixes Quem Te Mandou Tentar Fazer Por Duas Vezes Kote Ao Paulinho Sabendo Tu Que Ele Faz Sempre Kote-Nuki-Men Nessas Ocasiões? - E que vai, com muito carinho, para o meu irmão (ver rodapé do post);
Uma excelente série de ippons usando Men está na origem do prémio seguinte, o
Prémio Quem Me Dera Ter Menos Vinte Anos Para Poder Ser Assim Tão Rápido
também conhecido como
Prémio “Dor De Corno” Do Autor Deste Texto - Este vai para o “puto” Joni;
Seguimos para o
Prémio Tanto Trabalho Para Empatar A Meia-Final E A Seguir És Comido Como Um Patinho (Hehehe) - Luis Sousa;
E para acabar em beleza o prémio para o melhor ippon do campeonato:
Prémio Porra Até Que Enfim Alguém Vai Atrás Do Adversário E Lhe Espeta Um Grande Men No Toutiço Quando Ele Se Vira, Em Vez De Ficar De Braços Cruzados À Espera Que Ele Volte Para O Meio Do Shiai-jo - Nem preciso de dizer o nome do contemplado, não é verdade?
(Nota: não, querida, não arbitrei NENHUM dos combates dele, não te canses, sequer a investigar. Oh! Terá sido por isso que ele não ganhou???)
Desta vez, e visto que fui árbitro (e como, aparentemente, não havia vencedor pré-determinado) tive de estar (mesmo mesmo) com muita atenção aos combates. Assim, gostaria de deixar aqui a minha impressão a propósito do assunto.
Primeiro a parte negativa: não houve. Ou se houve, não dei por ela. Foi tudo muito escorreito... beuh, que palavra.
Enfim, alguns participantes, mais por ignorãncia do que por desrespeito, ainda não conhecem bem as regras de competição. Precisam de aprender quais são as suas obrigações enquanto estão dentro do shiai-jo; mas enfim, nada de especial.
Ah, sim, uma coisa negativa: fiquei lixado por me terem dito que não havia goodwill-geiko no fim e depois haver goodwill-geiko no fim. Não levei o kendo-gu e depois fiquei a olhar para o boneco, enquanto toda a gente se divertia à grande e à paulada. Mas que se lixe, acho que até foi resultado de tudo ter corrido de maneira tão.... como dizê-lo... escorreita?
Os resultados toda a gente sabe quais foram, mas não custa nada “espetá-los” aqui nesta página. É aquela idéia... assim como a RTP ser serviço público, tão a ver?
OK, então:
1º Lugar - Sérgio Andrade (AKL);
2º Lugar - Henrique Martins (AKC);
3ºs Lugares - Luis Sousa (AKL) e Paulo Martins (AKL);
Fighting Spirit
Helder Sacramento (AKP) e Rui não me lembro do último nome mas sei muito bem quem és, (AKL);
PRÉMIOS USAGI SAN
Uma mão cheia deles. Primeiro os sérios:
Prémio Fighting Spirit: Luis Sousa (AKL);
Prémio de Desempenho Extraordinário: Rui, o tal que não sei o último nome;
Prémio de Desempenho Extraordinário: Vai para um "chavalo", assim grandão, de Coimbra cujo nome ignoro mas que me surpreendeu BUÉ;
Prémio Técnico: Mário Lehmann (AKP);
E agora os prémios especiais do júri:
Começo por um prémio que tem um significado muito especial para mim que é o
Prémio Otário Não Te Queixes Quem Te Mandou Tentar Fazer Por Duas Vezes Kote Ao Paulinho Sabendo Tu Que Ele Faz Sempre Kote-Nuki-Men Nessas Ocasiões? - E que vai, com muito carinho, para o meu irmão (ver rodapé do post);
Uma excelente série de ippons usando Men está na origem do prémio seguinte, o
Prémio Quem Me Dera Ter Menos Vinte Anos Para Poder Ser Assim Tão Rápido
também conhecido como
Prémio “Dor De Corno” Do Autor Deste Texto - Este vai para o “puto” Joni;
Seguimos para o
Prémio Tanto Trabalho Para Empatar A Meia-Final E A Seguir És Comido Como Um Patinho (Hehehe) - Luis Sousa;
E para acabar em beleza o prémio para o melhor ippon do campeonato:
Prémio Porra Até Que Enfim Alguém Vai Atrás Do Adversário E Lhe Espeta Um Grande Men No Toutiço Quando Ele Se Vira, Em Vez De Ficar De Braços Cruzados À Espera Que Ele Volte Para O Meio Do Shiai-jo - Nem preciso de dizer o nome do contemplado, não é verdade?
(Nota: não, querida, não arbitrei NENHUM dos combates dele, não te canses, sequer a investigar. Oh! Terá sido por isso que ele não ganhou???)
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