Muitos podem argumentar que as últimas linhas do post anterior dão precisamente razão a quem diz que é o kendo que escolhe os seus praticantes. Não está lá tudo(?): o que esperavam e não viram, a paciência que faltou etc, etc?
Continuo a dizer: não. Se a percentagem daqueles que não continuam é tão grande é porque algo falha. E não foram eles. As pessoas foram lá. Venceram os obstáculos que se interpunham entre elas e o kendo. Arranjaram coragem, uma t-shirt velha e umas calças de fato-de-treino e foram lá ver como é que era. Foram ver e, aos seus olhos, surgou uma "coisa" completamente hermética, anacrónica e desprovida de sentido prático.
Claro que estamos naquela altura em que se pode escrever 300 páginas sobre a tradição nas artes marciais, como se dá a passagem de ensinamentos e tudo o que isso acarreta, mas isso já foi feito antes (Le ki et le sens du combat de Kenji Tokitsu, por exemplo) e muito melhor do que alguma vez eu o poderia fazer, mas a conclusão óbvia a que chego é sempre a mesma: muitas vezes não somos capazes de mostrar a quem chega pela primeira vez ao dojo o que é o kendo.
A culpa, meus amigos, não é do kendo. O kendo tem tudo para ser praticado por toda a gente.
A culpa, assim, só pode ser nossa.
29.10.05
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