25.9.07

A PALAVRA DO SENHOR (OSAKA) 68

Segunda-feira, 24 de Setembro 2007

Hoje não me apetecia nada ir treinar. MESMO NADA. Talvez por isso, o treino não me soube bem. Não soube.
Arrastei-me até à escola secundária Patrício Prazeres em busca da motivação, mas a coisa não estava mesmo a funcionar. Para agravar as coisas o sensei atrasou-se e tive de orientar o começo do treino anterior ao aquecimento; depois, dei o aquecimento e ainda o tai-so mal tinha começado e já eu suava que nem um animalzinho.
Depois o senhor Osaka chegou, mas o meu pé, em contra-partida, deixou de funcionar, depois as minhas costas começaram a ficar doridas... enfim, p'ra esquecer. Fiz uns kirikaeshi sofríveis, uns kakari-geiko medrosos (não é merdosos, não chegou a tanto) e uns ji-geiko a todos os níveis miseráveis...

Por fim, a aula lá terminou. E o sensei realçou, nas suas palavras finais, que quando fazemos kakari-geiko o melhor é fazer sempre as técnicas o mais directas possível, sem grandes floreados. Virar rápido, bater rápido, passar rápido; virar rápido, bater ráp... hum... perceberam a ideia, certo?
E pronto, aí acabou a parte da aula.

DEPOIS, depois veio a parte engraçada. Dei boleia ao sensei e ao Joni de volta para casa.
E eles lá iam alegremente a tagarelar naquela língua desgraçada que ambos falam quando, às tantas, o senhor Osaka se vira e me diz que o Joni queria saber como é que fazia (bem) uma técnica qualquer (eles falavam de kaeshi-do, creio eu). Qual era o "segredo", salvo seja.

A resposta não podia ser mais simples, e mais japonesa. Não tem a ver com a maneira como se coloca o shinai durante o kaeshi, não tem a ver com timing, não tem a ver com nada disso... mas tem a ver com isso TUDO.
Em resumo, só se consegue fazer um bom kaeshi-do, ou outra coisa qualquer, treinando muito. O senhor de La Palice deve ter dado piruetas de alegria no seu caixão.

Treino. Mais nada.

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