executando kendo kata.
Bom, estamos quase a voltar à história dos nossos dois seguidores da arte do sabre, Takaharu Naîto e Sazaburo Takano. Entretanto, se tiverem muita pressa de saber o que se passou, pois dêem um saltinho até http://www.tokitsu.com. Está lá tudo.
No kendo, a percepção no decurso do combate não está apenas centrada sobre o facto de tocar ou ser tocado, mas debruça-se sobre a busca de uma plenitude de si-mesma no acto do combate. É por isso que se diz que o kendo ensina uma maneira de viver. Vimos antes que o kendo não é uma repetição directa da prática da arte do sabre da era dos samurai. Num combate com sabre verdadeiro não era raro que, utilizando artimanhas e/ou técnicas exteriores à prática do dojo, um samurai conseguisse vencer um perito de nível superior. Os samurais que se preparavam para combater até à morte na época feudal, previam e preparavam o combate de uma maneira que ultrapassava largamente a prática no dojo.
Os anos de 1850-1870 viram florescer a arte do sabre. Entre as escolas que ganharam importância, a escola "Ryu go ryu" desenvolveu-se devido à sua eficácia. “Ryu” significa “salgueiro” e “gô” quer dizer “força” e o fundador dessa escola sentiu-se iluminado quando, num dia de mau tempo, observou os ramos dos salgueiros que batiam na superfície da água de um rio. Convém lembrar que no século XIX a arte do sabre, o kenjutsu, desenvolveu-se e aprofundou-se, sobretudo, através da prática dos dojos. Os peritos procuravam a profundidade e a eficácia da arte, limitando, no entanto, o número de técnicas em relação às que tinham sido usadas na época das guerras feudais. As codificações técnicas e as regras dos exercícios de combate foram instituídas tendo em vista facilitar a busca da profundidade e constituiram a estrutura de uma arte do sabre que era denominada tanto kenjutsu como gekiken. Arte essa que, dentro desse quadro estrutural, atingiu um nível notável no fim da época Edo.
Mas a eficácia da escola "Ryu go ryu" consistia principalmente em pôr em causa esse mesmo quadro estrutural que regia a arte do sabre nessa época. A especialidade da escola consistia em baixar-se repentinamente durante o combate e destruir tíbia do adversário, manejando o sabre com a mesma rapidez e flexibilidade de um ramo de salgueiro que chicoteia a água. Essa técnica tinha sido rejeitada como “suja”, “vulgar”, “desviada da via”, “perversa” e, por isso, esquecida. Mas, em combate, certos peritos de alta reputação foram batidos pelas técnicas “perversas” da escola "Ryu go ryu". No final da era Edo (baku-matsu), os confrontos civís tornaram-se frequentes; os samurai tiveram de combater fora dos dojos e o kenjutsu foi posto em causa. Essa foi a razão pela qual a escola “perversa” se tornou popular entre os adeptos do sabre. Um pouco mais tarde, quando a corrente modernista (N.T.: de modernização do Japão) triunfou, a classe samurai foi dissolvida e o porte do sabre proibido. O significado da prática do sabre mudou progressivamente nos finais do séc XIX, virando-se de novo no sentido da interiorização e surgiu o kendo. As técnicas foram limitadas e é nesse novo quadro que os adeptos do kendo procuram a profundidade do combate.
Essa mudança qualitativa marca a nascença do budo.
THE DIFFERENCES BETWEEN EFFECTIVENESS IN KENDO AND IN THE SWORD ART.
Well, we are almost ready to go back to the lifestorys of our two followers of the sword art, Takaharu Naîto and Sazaburo Takano. Meanwhile, if you’re in a hurry to know what happened, all you have to do it’s to go to http://www.tokitsu.com. It’s all there.
In kendo, perception during the fight isn’t only centered about to touch or being touched, but it also focuses itself about the fullness of itself while in combat. That’s why it’s said kendo teaches a way of living. We’ve seen earlier that kendo is not a direct repetition of the samurai’s art of the sword practice. During a real sword fight it wasn’t a rare event that, by being triky and/or using out of the dojo techniques, a samurai would beat an adversary who was a better fighter than he was. Samurai who prepared themselves to fight to death during the feudal era, predicted and prepared their combats in a way that exceeded largely their daily practice inside the dojo walls.
The years between 1850-1870 saw the flourishing of the sword art. Between the scholls that gain importance, the "Ryu go ryu" school developed itself because of it’s effectiveness. “Ryu” means “willow” and “go” means force and the founder of the school felt enlightened while observing the branches of a willow, during a windy day, and how they whipped a river surface. We must now remember that during the XIX century the art of the sword, kenjutsu, developed itself mostly through the practice inside dojos. The experts were for the depth and efficiency of the art, limiting, however, the number of techniques that had been used in the feudal wars era. Technical codifying and rules in the exercices were created in order to facilitate the search of depth, and became the structure of the art of the sword, which was back then called either kenjutsu, or gekiken. And it was inside that same structure, that the art acchieved a remarcable level by the end of the Edo era.
But the effenciency of the "Ryu go ryu" school consisted mainly in staying out of the structure that ruled the art of the sword back then. The school specialty consisted in lowering the body suddenly during the fight and destroying the adversary’s tibia, using the sword with the same speed and flexibility of the willow’s branch whipping the water. That technique had been rejected as being “dirty”, “rude”, “deviated from the way”, “perverted” and therefore, forgotten. But during combat, a number of high level experts were beaten by the "Ryu go ryu" school’s “dirty” techniques. By the end of the Edo era (baku-matsu), civilian conflicts became frequent; samurai had to fight out of the dojos and kenjutsu was questionned. That’s the reason why that “perverted” school became very popular among the followers of the sword. Some time later, when the modernist tendency triumphed, the samurai class was abolished and the use of the sword forbidden. The meaning of sword practicing changed gradually in the end of the XIX century, turning again to the search of a sense of internalization and that’s when kendo appeared. The number of techniques were limited and that’s inside that new structure that the kendo followers search for the depth of combat.
That qualitative change marks the birth of budo.
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