Vamos então ver qual era a paisagem do kenjutsu japonês quando S. Takano aceitou o cargo de instrutor na polícia de Tóquio. Mais um texto disponível em http://www.tokitsu.com.
É em Abril de 1886 que S. Takano volta a Tóquio para se tornar agente no comissariado de Honjo-Motomachi, com a função de professor de kenjutsu, ligado à prefeitura de polícia da cidade. Deixou a mulher e os familiares em Chichibu, o que demonstra bem a sua determinação em aprofundar a sua arte. A prefeitura de polícia tinha então sido transformada no maior centro da arte do sabre e um grande número de peritos vindos de todo Japão frequentavam-na quotidianamente. O comissário de Motomachi era também um adepto do kenjutsu. Ele tinha dividido os seus 180 agentes em dois grupos e tinha ordenado que, cada dia, um desses dois grupos treinasse "ji-geiko" (treino de combate). Esses treinos eram dirigidos por 3 ou 4 professores (kenjutsu-séwa-gakari) com a ajuda de 7 ou 8 assistentes. Cada um dos 90 polícias devia treinar com 5 instrutores, ou seja, uma média de 45 "ji-geiko" por dia para cada professor.
Na época em que S. Takano estava no comissariado de Motomachi, esteve lado a lado com vários peritos célebres, tais como Seikichi Kakimoto, Taménosuké Kikuchi e Juntaro Hiyama. O mais idoso era S. Kakimoto, praticante da escola Jiki-shin-kagé-ryu. Possuia a graduação de 2º kyu da prefeitura de polícia, tal como os mestres Tadatsu Shingaî, Shutaro Shimoé e Kanjuro Mihashi. A graduação de 2º kyu equivalia a "méijin", mestre superior, e era a graduação mais alta; o sistema de graduações era completamente diferente do sistema a que estamos habituados hoje em dia. T. Kikuchi era 3º kyu, "menkyo" e S. Takano era 4º kyu. Se procurarmos a equivalência ao sistema actual, pode-se dizer que o 2º kyu corresponderia ao 8º ou 9º dan.
Nessa época, considerava-se que, de entre todos os polícias de Tóquio, uns 250 teriam nível suficiente para dirigir um dojo. Em Tóquio contavam-se mais de 30 dojos de kenjutsu (ou gekiken) da polícia e não se passava um mês sem que um torneio fosse organizado. Desses, o mais importante era o "Hômén-gekiken-kaî ", que tinha lugar em todos os bairros da cidade. A capital era dividida em 6 "hômen", o hômen sendo um grupo de bairros. Cada desses grupos dispunha de 400 a 500 adeptos do gekiken. O torneio era organizado em cada "hômen" (N.Tr.:sistema de pre-qualificação?) e por vezes alguns deles agrupavam-se. Cada comissariado depositava o seu orgulho e a sua honra nesses combatentes e procurava sempre lutadores de maior talento.
S. Takano dirigia, com mais 2 ou 3 outros professores, o treino dos 90 polícias do comissariado de Motomachi. Assim que terminava os ji-geiko, mudava de roupa e partia a pé em direcção à prefeitura com o objectivo de treinar. Não lhe era possível descansar um momento, pois era habitual que, antes mesmo de o treino em Motomachi terminar, recebesse um telegrama (nessa época as ligações telefónicas entre a prefeitura e os comissariados não estavam ainda estabelecidas) da prefeitura dizendo: “Venha imediatamente para o treino.”
KENJUTSU TEACHERS IN THE POLICE HEADQUARTERS
So, let’s take a look on the japanese kenjutsu scene by the time S. Takano took the position as an instrutor for Tokyo police. Another article available at http://www.tokitsu.com.
In April 1886, S. Takano returns to Tokyo to became a policeman in the police station of Honjo-Motomachi, with the position of kenjutsu instructor, linked to the city’s police headquarters. He left his wife and family back in Chichibu, and that demonstrates his determination in deepining his art. The police headquarters back then, had been transformed in the biggest sword art center and experts from all over Japan attended classes there on a regular basis. The commander in charge of Motomachi was also a kenjutsu adept. He divided his 180 polimen into two groups and ordered that, each day, one of the two groups should train in “ji-geiko” (fighting practice). Practice was directed by 3 or 4 teachers (kenjutsu-séwa-gakari) with help from 7 to 8 assistents. Each one of the 90 policemen should practice with 5 teachers, that’s to say, an average of 45 “ji-geiko” a day for each teacher.
While in Motomachi police station, S. Takano stood side by side with some of the most famous kenjutsu experts like Seikichi Kakimoto, Taménosuké Kikuchi and Juntaro Hiyama. The eldest was S. Kakimoto, a master of the Jiki-shin-kagé-ryu school. He held the 2nd kyu rank from the police headquarters, just like masters Tadatsu Shingaî, Shutaro Shimoé and Kanjuro Mihashi. The 2nd kyu was the equivalent to "méijin", superior expert, and was the highest rank; the ranking system back then was completely different from the one we’re use today. T. Kikuchi was 3rd kyu, "menkyo" and S. Takano, 4th kyu. If we look for an equivalence to today’s system, one can say that 2nd kyu was something like 8th or 9th dan.
Back then, out of all Tokyo policemen, some 250 were considered abble to run a dojo. In the city there were more than 30 police kenjutsu (or gekiken) dojos and not a month went by without a tournament. The most important one was the "Hômén-gekiken-kaî ", which took place in all the city’s quarters. The capital was divided into 6 "hômen", the hômen being a group of quarters. Each one of those groups had some 400 to 500 gekiken adepts. The tournament was organized inside each "hômen" (Tr. N.: as a pre-qualifying system?) and at times some of the "hômen" associated and made bigger groups. Each police station put all their pride and honor in their fighters and was always looking for talented swordsmen.
S. Takano run the 90 policemen practice in Motomachi police station along with some 2 or 3 teachers more. As soon as the daily ji-geiko were over, he’d change his clothes and walk to the police headquartes with the intention of practicing some more. He could not afford to rest for a moment, because it was normal that, even before the Motomachi training was over, he’d receive a telegram (back then, telephone connections between police headquarters and stations were not yet available) from the headquarters saying: “Come immediately to practice”
31.3.05
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