Quarta-feira, 28 de Novembro 2007
Hoje foi um bom dia.
Nos tempos que correm qualquer dia em que não chegue ao fim do treino estoirado ou que o meu tornozelo se aguente a aula toda, esse é um bom dia. E até que (eventualmente) retome a minha boa forma de há um ano e meio atrás, vou continuar assim, contentando-me com pequenas vitórias diárias, uma de cada vez.
Pequenas vitórias como chegar ao fim inteiro, não levar grandes "tareias", marcar um ippon (muito) de vez em quando ao sensei Osaka... como hoje, por acaso, acho que foi o caso.
Creio que fui bem sucedido numa tentativa de men-suriage-men. Sem querer, talvez, saí da linha central durante o breve momento em que ele executou o seu men, executei um suriage leve (não teve de ser muito "forte" porque, como disse, já estava fora da linha de ataque) e desferi um men, um pouco sayu, mas que foi o que... saiu. E quando digo "sem querer", volto a pensar nisso e deve mesmo ter sido por instinto, uma vez que o suriage que executei foi ura. Ou seja, "por fora"; do lado direito do kamae dele. Eu nunca, no meu perfeito juizo, tentaria parar um ataque men do sensei Osaka com suriage-URA. Eu? Tenho vergonha na cara.
Todo o resto do combate foi uma desgraça. Se o kendo deixasse marcas como o paintball, no fim do ji-geiko, acho que pareceria um Picasso... da fase abstracta.
O treino foi muito energético, muito graças ao "sensei" Luis que tomou conta dos principiantes durante toda a aula. Muito kirikaeshi, sempre, muito men a passar (e o meu tornozelo a aguentar), kote-men a passar, renzoku-waza [men+(kote-men)+(men-tai-atari-do)+men] sempre com motodachi(s) "em regime de rotatividade" e... faltou um bocadinho de kakarigeiko... e depois ji-geiko, claro.
No final, o sensei chamou-nos a atenção para a falta de postura que alguns de nós (eu, por exemplo) apresentam por vezes durante ji-geiko. Ele é "desvios de cabeça" para um lado e para outro, corpo todo torto... enfim.
Segundo o que ele nos disse, desde o momento em que se começa o ji-geiko, melhor... desde antes de se começar, desde o momento em que se caminha para o adversário para executar sonkyo, a linha do tronco, perpendicular ao chão, não se deve alterar mais.
Quando se bloqueia não se foge com o corpo para os lados ou para trás (também para quê, não é verdade que se está a bloquear?). E quando se ataca não se vai de mergulho...
Kendo "torto" é coisa de liceal... e japonês... e imaturo... isto, digo eu, né?
Okiniiiiiiii.