23.11.05

OS MÉTODOS CLÁSSICOS DE DESENVOLVIMENTO DO KI

Claro que nem é preciso dizer que o combate não é uma abstração. Ele visa a eficácia. O aprofundamento do combate com o ki permite, por um lado, aumentar essa mesma eficácia, e por outro, praticar durante mais tempo, digamos até, uma vida inteira. No kendo não é raro encontrar mestres que praticaram até mesmo à véspera da sua morte, demonstrando, até ao último dia, grandes capacidades. Nas artes marciais de mãos nuas, no karaté, por exemplo, é muito raro encontrar um mestre que pratique o combate depois dos 60 anos. No entanto, numa disciplina como o taïki-ken, onde o exercício do ki é fulcral, o falecido K. Sawai praticou o combate efectivo de mãos nuas, com todas as suas capacidades, até próximo dos 80 anos.
Penso que o trabalho apoiado no ki está presente, explícita ou implicitamente, naquelas disciplinas do budo em que os adeptos podem percorrer um longo caminho, melhorando sempre as suas capacidades. No kendo, o trabalho sobre o ki torna-se efectivo a partir de um certo nível e no taiki-ken desde o começo. Em certas escolas de jujutsu e de kenjutsu, não se insiste sobre o trabalho do ki, mas ele está presente implicitamente.

Na tradição do budo, podemos distinguir dois métodos de desenvolvimento do ki, distintos na sua aparência mas, no fundo, complementares.

Próximo artigo: Atingir o ki através do kata

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