25.11.05

ATINGIR O KI PELO MÉTODO DO KATA (1ª PARTE)



A continuação deste artigo da autoria de Kenji Tokitsu sensei sobre ki, encontra-se no site do dito, mesmo aqui ao lado na minha, relativamente nova, secção de links. Quem conseguir encarar um texto em francês pode ir lá ver como é que acaba.

O primeiro método tem como base a formação técnica e a sua aplicação através da repetição. É a mais frequentemente aplicada.
Por exemplo, para aprender kendo, começa-se a partir do manejamento correcto do shinai; para aprender karaté, começa-se por aprender a forma precisa dos socos e pontapés. Não se trata de bater de qualquer maneira. Em combate, não se consegue obter um ippon se não se bater correctamente. Treina-se com o objectivo de fazer combates superiores com uma técnica magnífica.
Se, hoje em dia, analizarmos as técnicas de kendo tal como foram preconizadas, podemos obter um certo número de modelos técnicos a aprofundar. Esses modelos representam uma espécie de ideal técnico imprescindível de assimilar. Podemos dizer que os kendokas praticam jigeiko tendo esses modelos como critério, acerca do que é uma boa ou má maneira de combater. E o mesmo acontece com os karatekas. Se bem que no kendo esses modelos não sejam classificados como kata. (N.Tr.: suponho que o autor se esteja a referir aqui a exercícios como oji-waza, hiki-waza, etc) Eles são muito diferentes dos Nihon Kendo Kata.
Tal e qual como no karaté, podemos exercitar as técnicas directamnente utilizáveis: os encadeamentos técnicos, deslocações, etc. Podemos mesmo codificar um conjunto de gestos úteis e necessários para os tipos de combate que fazemos diariamente. Podemos, quase, formar kata com esses gestos, mas obteremos kata diferentes dos kata “tradicionais”. E podemos fazer o mesmo com o judo.
Em todo o caso, não nos exercitamos para combate de qualquer maneira. Seguimos um modelo que se aproxime de uma certa perfeição. Ao fazer mil suburi, trata-se de repetir mil vezes uma procura de um ataque perfeito.
Dessa maneira, quando se exercita repetindo uma técnica com um modelo idealizado, trata-se do método do kata, no sentido mais lato da palavra. A única razão porque não dizemos que é o método de kata é porque atribuimos a génese dos kata à tradição. Mas quando analizamos o dinâmismo inerente à génese dos kata, conclui-se que, antes de um kata “nascer”, cada um foi praticado da mesma maneira que agora praticamos as técnicas úteis, necessárias, indispensáveis, até, para formação das nossas capacidades técnicas de combate.
Não se trata apenas de um cerimonial gestual do qual sentimos necessidade de justificar o desfasamento em relação à prática do combate efectivo.
Assim, sem que o nomeemos, é o método de kata, no sentido mais amplo da palavra, que aplicamos no kendo ou no karaté.
Não basta fazer um movimento perfeito a sós, é necessário fazê-lo em situação de combate, face a um adversário. O jigeiko é um processo de assimilação dos requisitos necessários para realizar um combate mais perfeito. Não se fazem bons combates por sorte.
Quando se é capaz de fazer combates satisfatórios, é porque já se consegue sentir uma espécie de plenitude ao marcar um ippon. Nessa situação, criámos, anteriormente ao golpe, um instante de vulnerabilidade no adversário, pois fomos capazes de perturbar a sua guarda e o seu espírito. O nosso ataque apoiou-se no vazio do oponente, enquanto nos sentiamos repletos de energia, produto de uma boa postura do corpo que transporta o sabre numa trajectória perfeita. (...)

Próximo artigo: Atingir o ki pelo método do kata (2ª, e última, parte)

1 comentário:

Anónimo disse...

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